Médico alerta sobre consequências de aglomerações durante período eleitoral

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SUL FLUMINENSE

O período eleitoral acontece este ano em meio a pandemia do novo coronavírus. O pleito chegou até ser adiado para novembro para que o número de infectados estivesse menor. Atualmente, mesmo com os números ainda significativos de óbitos e casos ativos com a doença no Brasil e na região Sul Fluminense, a campanha política acontece normalmente, com a realização de grandes atos públicos, como caminhadas e comícios, o que já tem movimentado a Justiça Eleitoral e também preocupando especialistas em relação a aglomeração de pessoas e uma possível segunda onda da doença.

O crescente número de novos casos por dia de Covid-19 na Europa levou países como França, Itália, Espanha e Alemanha a retomarem medidas restritivas, como o lockdown.

De acordo com o Pneumologista, Gilmar Zonzin, um grande número de pessoas juntas durante o período de propagação do vírus, pode gerar consequências que contribuam para o aumento de casos no país. “Toda vez que temos um aumento de circulação de pessoas e essas pessoas se juntam em grande número, você potencializa a transmissão do vírus. Se uma dessas pessoas é portadora do vírus naquele momento, ela vai liberar o vírus da Covid-19 no ambiente, podendo atingir um grande número de pessoas simultaneamente e acelerar a progressão da pandemia”, disse.

SEGUNDA ONDA

Sobre uma segunda onda no Brasil o médico informa que há incertezas. O comportamento da pandemia no país é muito diferente do que acontece na Europa no qual aconteceu um aumento de pico de número de casos, seguido de um declínio muito maior. “No Brasil ainda não observamos essa queda aguda no número de casos, igual na Europa. Observamos uma redução em relação ao número total de casos, mas não tão aguda. Então o declínio do processo de disseminação do vírus no Brasil, tem tido uma movimentação diferente, sendo mais lendo. Consequentemente, nós não sabemos de fato qual é o grau o percentual de pessoas susceptíveis, que ainda estão circulando”, disse.

Segundo ele, devido a falta dessa queda igual na Europa, não tem como prever esse tipo de situação e o que pode-se dizer é que o que estamos vendo na Europa não serve como uma prévia do que pode acontecer no Brasil, exatamente por serem comportamentos diferentes das fases da doença.

Por outro lado, Zonzin afirma que é imprudente num momento como esse, potencializar um aumento de velocidade da transmissão do vírus, através das aglomerações, como em épocas de eleições, pois é algo que não se  constitui em serviço essencial como, ir ao mercado, farmácia ou médico. “Hoje com os meios virtuais a comunicação dos candidatos com os eleitores pode ser feita sem necessidade dessa integração pessoal de proximidade de várias pessoas ao mesmo tempo”, disse, acrescentando que causar uma segunda onda ou não é difícil dizer mas, tem uma grande chance de aumentar um número médio de casos.

“Essa doença é muito séria com um risco para a saúde do ser humano gigante então participar de um evento público, no caso o comício do qual a necessidade real de estar presente fisicamente é zero, pode acelerar a propagação do vírus”, afirmou.

PRECAUÇÕES

Não permitir que a pandemia se acelere é importante. “Cada dia que passa aprendemos um pouco mais sobre a doença, e a redução no número de mortalidade, também se dá pelo conhecimento cada dia mais sobre o vírus, então quanto mais a gente retarda a progressão desses casos, mais damos tempo para que a ciência e a medicina melhorem sua capacidade de lidar com a doença e reduzindo os danos”, comentou, falando da importância da contenção do vírus antes de uma vacina.

“Quando mais o tempo passa, mais estamos próximos do dia que teremos vacinação efetiva e acessível então, manter a pandemia em menor velocidade é aumentar a chance de que quando a vacina chegar ao nosso meio, ainda tenhamos pessoas susceptíveis que possam se beneficiar mais contundentemente de receber uma dose de proteção vacinal. E assim a questão é que a aglomeração de pessoas e situações em que temos um aumento da interação é algo que ainda precisa ser evitado nesse momento pois não traz benefício nenhum para nossa saúde. Se tivermos uma postura respeitosa, fazendo higiene das mãos, não compartilhando itens, usando a mascara e evitando aglomerações principalmente, não vamos zerar a transmissão do vírus mas vamos dar tempo para a ciência e as pesquisas irem se desenvolvendo e aumentando a chance de poupar vidas”, disse.

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