A tradicional procissão em homenagem a Nossa Senhora Aparecida nesta edição foi um pouco mais modesta no trecho do Rio Paraíba do Sul com relação a outros anos. No entanto, ao longo do dia mobilizou cerca de 20 mil fiéis em vários pontos da cidade. A procissão fluvial é organizada desde os anos de 1960 pela família Baião, Associação de Canoeiros Defensores da Natureza e Associações de Moradores de diversos bairros.
Na 58ª edição, foram cerca de sete barcos e vários fiéis com boias e caiaques, pelo trajeto no rio que iniciou às 18h30min no bairro Roberto Silveira. Mas antes da partida, ocorreram diversas celebrações nos bairros Vila Maria, Vila Nova, Roberto Silveira e Centro.
Paulo Sandro é devoto da padroeira do Brasil e voluntário na organização do evento há mais de 15 anos e explica o porquê de toda sua dedicação. “Primeiro pela devoção, segundo por que a gente tem que apoiar a cultura que nós temos aqui na nossa cidade. Isso é uma cultura, virou uma tradição. São 58 anos ininterruptos de procissão, então a gente tem que apoiar a família Baião”, contou o fiel.
Um dos representantes da família Baião, pioneira na organização do evento, e responsável pela procissão todos os anos, Rogério Baião, conta que não é unicamente uma questão de honrar seu pai e avô, mas faz questão de participar ativamente principalmente pela fé e devoção, incentiva e conta com o apoio do filho Gabriel de Paula Baião de 17 anos na hora de construir o andor ou resolver qualquer dificuldade que possa aparecer para que tudo corra conforme o planejado e afirma “Meu avô falava para meu pai e meu pai falava para mim, o dia que não tiver uma canoa para você ir, você põe ela (a santa) nas costas e vai nadando, mas ela tem que ir no rio”, lembrou as palavras ditas pelo avô.
O presidente da associação dos canoeiros, Antônio José Resende citou que a procissão mudou de itinerário por apenas três vezes em quase seis décadas e encurtou o trajeto pelo Rio Paraíba do Sul há quatro anos, desde a queda da ponte Mauá que liga os bairros Vila Nova e Saudade por questões de segurança. A imagem de Nossa Senhora Aparecida saia da casa do canoeiro José Antônio de Souza em Vila Maria quando o bairro ainda era o ponto de partida da procissão fluvial.
O evento contou com apoio da Prefeitura de Barra Mansa, com uma ambulância e com o suporte da Defesa Civil e do Corpo de Bombeiros.
A socorrista da central de ambulâncias da prefeitura, Daniele Breves, de Passa Três, distrito de Rio Claro, chegou a Barra Mansa há apenas seis meses e foi escalada para trabalhar na ambulância de apoio a procissão. Ela disse que ficou feliz, pois de certa maneira, acabou participando da procissão. “Eu vou tentar levar ao menos uma rosa para minha casa, sou devota e foi uma experiência muito boa participar mesmo trabalhando”, disse emocionada a socorrista.