NACIONAL
No próximo domingo, 7, é celebrado o Dia Nacional de Combate ao Bullying e à Violência na Escola, um dos maiores problemas encarados no ambiente escolar e a principal forma de violência praticada nesse espaço, segundo o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), que realizou um estudo mostrando que mais de 150 milhões de adolescentes entre 13 e 15 anos de diferentes países já tiveram alguma experiência de violência dentro ou ao redor da escola envolvendo seus pares.
Segundo a neuropsicopedagoga e especialista em bullying em ambiente escolar, Carollini Graciani, o número de registros em cartório relatando episódios de bullying alcançou recorde no Brasil em 2023: 121 mil casos, uma média de mais de 10 mil por mês. Isso mostra um cenário preocupante, mas ao mesmo tempo é um sinal de que os casos estão sendo registrados, dando a possibilidade de tratá-los e de dar a devida atenção ao assunto.
A coordenadora do curso de Pedagogia da Estácio Resende explica que o conceito de bullying precisa ser diferenciado de uma situação pontual, ou seja, para ser caracterizado bullying é necessário que haja uma intimidação sistemática, seja de forma individual ou em grupo, uma situação de violência física ou psicológica, além de atos de humilhação ou discriminação; como, por exemplo, um ataque físico, um insulto, um comentário ou apelido pejorativo aplicado de forma persistente, destaca.
CONSELHOS AOS JOVENS VÍTIMAS DE BULLYING E FAMILIARES
A especialista em bullying em ambiente escolar aconselha às famílias terem sempre um olhar atento às mudanças de comportamento dos filhos. Carollini revela que, normalmente, o perfil da vítima do bullying é uma criança ou jovem tímido e retraído, e caso haja uma recusa deste em frequentar a escola, cair o rendimento escolar ou esse jovem ficar sempre triste e sem querer conversar, é hora de ligar o sinal de alerta. “As famílias precisam criar um canal de comunicação para entender como foi o dia dessa criança ou adolescente na escola, para que ela se sinta segura para contar a verdade”, disse.
Para os jovens vítimas de bullying, a profissional indica que o primeiro passo a dar é procurar alguém de confiança para comunicar que está sofrendo. “ Não se sinta mal com a situação, isso diz mais sobre o outro do que sobre você. Tenha coragem e busque alguém que confie, para contar o que está acontecendo e assim tentar resolver. Não se deixe paralisar pelos insultos ou pelas chantagens e ameaças do praticante das ofensas, aconselha a neuropsicopedagoga”, destacou.
PROCURAR AJUDA
Já às famílias que percebem que sua criança ou adolescente tem o perfil de um praticante de bullying, com um comportamento hostil, agressivo, demonstrando que sente prazer em fazer ameaças, insultos ou chantagem, a coordenadora do curso de Pedagogia da Estácio indica buscar ajuda. “É de extrema necessidade que se busque suporte psicológico, uma vez que esse jovem que pratica bullying tem questões emocionais mal resolvidas e que precisam ser tratadas o quanto antes para não virar um adulto que não saiba conviver socialmente”, contou.
O PAPEL DA ESCOLA
Carollini Gracini finaliza destacando que é papel da escola se preocupar com a prática de bullying e evitar esse mal. “Para isso, é necessário criar projetos a curto, médio e longo prazo dentro das escolas; é preciso falar sobre o assunto diariamente, não pode ser algo pontual, não pode apenas tratar um episódio que aconteça e depois não falar mais nisso. Dentro da escola, os alunos precisam ter a cultura de combate à prática de bullying ou a qualquer tipo de violência, para que haja um convívio saudável no ambiente escolar, conclui a pedagoga.