Maioria das cidades da região opta pela ‘xepa da vacina’ para doses não serem perdidas

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SUL FLUMINENSE

Você já ouviu falar em ‘xepa da vacina’? É o nome dado à aplicação das doses que sobram dos frascos e que não podem ser aproveitadas no dia seguinte por causa do prazo de validade. Como não podem ser desperdiçadas, são oferecidas a outras pessoas, perto do horário do encerramento diário da vacinação, para quem mora próximo às unidades de saúde, ou que são o próximo grupo de idade a ser vacinado.

Cada imunizante tem um tempo determinado de validade após a abertura dos vidros. A da Pfizer pode ser conservada por até seis horas, a CoronaVac por até oito e a AstraZeneza, por 48 horas. O Ministério da Saúde recomenda que, ao final do expediente dos postos de vacinação, as doses remanescentes sejam disponibilizadas às pessoas dos grupos prioritários.

A Prefeitura de Rio das Flores é um exemplo da organização das doses remanescentes, através da Secretaria Municipal de Saúde. Segundo a pasta, os postos de Estratégias de Saúde da Família têm feito cadastro de pessoas maiores de 18 anos, para receber a dose, caso haja ‘sobra’. “Temos acompanhado nas mídias que vários municípios têm enfrentado problemas de perdas de doses de vacinas contra a Covid-19, uma vez que abertos, os frascos multidoses têm um prazo curto para serem utilizados e queremos evitar este problema”, informou a secretaria.

Outros municípios, como, por exemplo, Rio Claro, tem uma abordagem diferente. De acordo com a assessoria, ao fim do dia, as doses que não foram usadas são oferecidas a outros grupos de idade. A secretária de Saúde do município, Maria Augusta Monteiro Ferreira, explicou que é feita uma busca ativa, e que tem um cadastro de 100% das pessoas que vão vacinar. “Caso alguém falte, fazemos busca ativa na hora e vacinamos outras pessoas”, disse.

Resende também segue o mesmo parâmetro de busca ativa ao fim do dia de vacinação, contudo também existe um cadastro no Posto de Saúde. “Por exemplo, se estamos vacinando pessoas de 50 anos, ligamos para pessoas de 49/48 anos. No fim do dia, se cinco pessoas não foram vacinar, entramos em contato com outras cinco pessoas de idade próxima”, explicou a assessoria.

Em Volta Redonda, o departamento de Vigilância em Saúde da Secretaria Municipal de Saúde  esclareceu que a orientação é que as Unidades de Saúde  busquem também otimizar essas vacinas utilizando em pessoas que estejam logo a seguir dos grupos atingidos naquela data. Como as vacinas da AstraZeneca  (Oxford) têm a validade um pouco maior, há menos sobra de  vacina. O mesmo é praticado em Porto Real quando há sobra de vacinas. “Aqui temos 100% de cobertura do Programa Saúde da Família, as unidade de saúde tem o cadastro dos cidadãos. Nenhuma dose foi desperdiçada em Porto Real”, diz nota da assessoria.

A coordenadora de imunização de Itatiaia, Andrea Millen, também explicou que vacinas não são desperdiçadas desde o início da imunização na cidade. “Primeiro temos planejamento para não sobrar e quando isso acontece como estamos vacinando por idade chama por idade. Se estou fazendo de 50 a 55 anos chamo nesse grupo que está sendo elencado”, contou.

Já em Quatis, a estratégia é uma listagem de pessoas dentro do grupo de prioridade, mas que por algum motivo não compareceram no dia da vacinação. “No final de cada drive thru as doses que sobram, nós verificamos nesta lista e ligamos para as pessoas que estão na lista de espera e avisamos para virem até o local para receberem as doses ou a equipe vai até a residência”, detalhou.

O único município, dos quais foram questionados pelo A VOZ DA CIDADE, que não está realizando o padrão da xepa da vacina é Barra Mansa. Segundo explicou a prefeitura, a decisão foca no formato centralizado, onde há um controle maior na aplicação das vacinas. “As doses que não são utilizadas durante a ação de vacinação são destinadas para os hospitais da cidade, onde são vacinados os grupos prioritários que estão internados, como também pessoas da força de segurança e salvamento”, disse, afirmando ainda que até o momento, não houve desperdício de doses.

O jornal questionou também sobre o que é feito com a xepa da vacina em Pinheiral, mas não obteve retorno até a publicação desta matéria.

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