Nos últimos cincos anos quase 30 policiais foram mortos na região

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RIO/ SUL FLUMINENSE

Um estudo produzido pelo Instituto de Segurança Pública (ISP) divulgado nesta quarta-feira, dia 22, mostra que, entre 2016 e 2020, a maioria dos policiais mortos por letalidade violenta no Estado do Rio de Janeiro estava de folga. No total, 506 policiais foram mortos em todo o Estado neste período, sendo 148 em serviço (133 militares e 15 civis) e 358 em folga (331 militares e 27 civis). No interior, foram 83 vítimas (16,5%), e na região Sul Fluminense, segundo apurado pelo A VOZ DA CIDADE, foram 26 mortes.

Entre as mortes em serviço decorrentes da letalidade violenta mais da metade (74,1%) ocorreu dentro ou em até 500 metros de áreas sob foco especial. Os dados também mostraram que 56,9% das mortes em serviço ocorreram próximas umas das outras, com no máximo 100 metros de distância.

Segundo o ISP, com base em informações das secretarias de Estado de Polícia Civil e de Polícia Militar, foi possível observar também que a maior parte das mortes aconteceu na capital, entre 18 e 0 hora, e 76,1% do total dos policiais mortos estavam lotados em unidades operacionais. Ao analisar o motivo das mortes, 71,9% foram provocadas por letalidade violenta (homicídios, cadáver encontrado, lesão corporal provocada por projétil de arma de fogo e roubo seguido de morte provocado por projétil de arma de fogo), e, destas, 254 foram cometidas por projétil de arma de fogo.

Um dado que chamou a atenção foi que em cada dez vítimas de latrocínio no Estado, uma era policial. “É importante também destacar que, em cinco anos, 35 policiais tiraram suas próprias vidas (31 em folga e quatro em serviço)”, apontou o estudo.

Dentro do período estudado pelo ISP, na região Sul Fluminense, foram cinco vítimas em Resende, quatro em Mangaratiba, quatro em Valença e outras quatro em Volta Redonda, duas em Miguel Pereira, Paraty e Três Rios, em cada. Já nas cidades de Angra dos Reis, Barra do Piraí, Barra Mansa, Piraí e Mendes foram computadas uma morte em cada.

Para a diretora-presidente do ISP, Marcela Ortiz, as instituições policiais e os governos têm, cada vez mais, se preocupado com a segurança de seus agentes e trabalhado no sentido de garantir o seu bem-estar, não só durante o trabalho, mas também nos momentos de folga. “Os nossos dados mostram que há um desafio também no que diz respeito à saúde mental dos policiais. O importante de trazer esses dados para a sociedade é justamente mostrar que, apesar desses agentes do Estado terem o monopólio da violência, eles também são vítimas dela e isso precisa ser combatido”, finaliza.

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