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Mãe e filhas viveram em cárcere privado por 20 anos em Valença, diz Polícia Civil; família achava que elas estavam mortas

Por Mônica Vieira
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VALENÇA
Nesta quinta-feira, dia 29, uma mãe e duas filhas, de idades não informadas, foram socorridas de cárcere privado em uma residência no bairro Pentagna. O marido, pai das meninas, tem 60 anos e é foragido da Justiça. Segundo a Polícia Civil, o fato ocorre há 20 anos de acordo relato de uma das vítimas; a família achava que elas já estavam mortas.
As equipes da 91ª Delegacia de Polícia (DP) receberam denúncia de que um homem, foragido da Justiça por acusação de homicídio, estava escondido em uma fazenda no distrito. A Polícia Civil juntamente com a 92ª DP de Rio das Flores, foram ao local informado, mas ele percebeu a aproximação das equipes e fugiu para uma área de mata e não foi localizado.
Os policiais conversaram com três mulheres que estavam na casa, a mãe, e as filhas, uma delas menor. Ela relatou que suas filhas não possuem documentos, não frequentam a escola e também eram desestimuladas a ir ao serviço de saúde do município. Mas, disse que recebia na casa a visita esporádica de um representante da assistência social da prefeitura.
Os relatos despertaram nos policiais desconfiança e após comunicaram os fatos ao titular da 91ª DP, foram orientados a procurar o serviço municipal de Assistência Social para verificar a veracidade dos relatos e buscar determinar se as mulheres eram vítimas de cárcere privado.
“Após a confirmação, junto ao serviço social, restou claro que as mulheres eram privadas de sua liberdade de locomoção, além de privadas de frequentar escola e a rede pública de saúde”, disse a Polícia Civil por meio de nota.
O titular Flávio Narcizo determinou que os policiais da 91ª DP, apoiados pela 92ª DP e pela Guarda Municipal de Valença, retirassem as vítimas da condição de cárcere. “As três mulheres vitimas ficarão abrigadas na casa de parentes. A mãe relatou que viviam nessa condição há cerca de 20 anos e que a filha mais nova teria nascido na residência onde moravam, pois seu companheiro a impedia de fazer pré-natal e a também a proibiu de ser assistida no momento do parto”, completou a Polícia Civil.
Os parentes das vítimas relataram aos policiais que acreditavam que elas estivessem mortas, já que há 20 anos não conseguiam contatos com elas.
A Polícia Civil segue a procura do homem.


 

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