PORTO REAL
Depois da morte do pequeno Henry Borel, de quatro anos, que chocou o Brasil no dia 8 de março, um caso de violência contra criança voltou a ser registrado. Desta vez, em Porto Real. Uma menina, de seis anos, está internada em estado grave no Hospital Municipal São Francisco de Assis. As principais suspeitas da agressão são a mãe da vítima, de 28 anos, e a sua companheira, de 25.
O delegado titular da 100ª Delegacia de Polícia (DP), Marcelo Nunes Ribeiro, autuou em flagrante, na tarde de segunda-feira, dia 19, as mulheres. Elas são suspeitas de agredirem a criança com um pedaço de fio de antena de TV a cabo, socos, pontapés, pisadas e pedaço de pau. As mulheres estariam agredindo a criança desde sexta-feira, dia 16. Durante a madrugada de segunda-feira, a menina passou mal e foi socorrida por sua mãe, que acionou uma equipe do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) para o Hospital Municipal São Francisco de Assis. Segundo a Assessoria de Imprensa da prefeitura, a criança poderá ser transferida para uma unidade hospitalar de outra cidade, uma vez que o estado de saúde é grave.
As agressoras foram presas por policiais do 37º Batalhão de Polícia Militar (BPM), em uma residência no bairro Jardim das Acácias, onde moravam com a criança. A companheira da mãe da vítima ainda tentou fugir. Os militares prenderam as suspeitas algumas horas após serem acionados pela Guarda Municipal informando de que a menina teria dado entrada na unidade hospitalar vítima de espancamento.
Suspeita está presa na 100ª DP(Porto Real) e deverá ser apresentada a Justiça ainda esta semana-Cyntia Freitas
De acordo com o delegado Marcelo Nunes Ribeiro, as mulheres foram autuadas por crime de Tortura. “Durante depoimento, a mãe da vítima acabou confessando que ela e sua companheira agrediram a criança. Elas foram enquadradas de acordo com a Lei de Tortura, que é mais grave do que lesão corporal, uma vez que causa intenso sofrimento físico e psicológico a vítima. A pena varia de dois a oito anos de prisão”, disse o delegado, acrescentando as suspeitas serão encaminhadas nesta terça-feira, dia 20, para audiência de custódia na Cadeia Pública de Volta Redonda. “Após audiência de custódia será definido se as suspeitas vão responder em liberdade ou serão encaminhadas para um presídio feminino no Rio de Janeiro”, completou.
Ribeiro informou que a criança estaria sendo agredida desde sexta-feira, pelas mulheres. “A motivação da agressão foi um castigo exagerado porque a criança foi se alimentar e teria derrubado leite. Desde sexta-feira, elas estariam batendo na criança. Não tem explicação para isso. Um castigo gratuito”, disse o delegado, destacando que as suspeitas teriam agredido a criança com um fio de TV a cabo, socos, pontapés, pisadas e até com pedaço de pau. “Elas teriam pegado um fio de antena de TV a cabo, dobrava ao meio e em seguida batiam na vítima. Quando não davam socos, pontapés, pisadas, batiam com pedaço de pau. Só hoje de madrugada ficaram com medo da menina morrer, porque a vítima passou mal. A mãe acionou a equipe do Samu que a levou para o Hospital Municipal de Porto Real. A Polícia Militar informou que a criança está bem ferida”, explicou.
O delegado disse que a sogra da mãe da vítima, uma mulher de 50 anos, que também morava na mesma casa, vai responder por omissão de socorro. “A sogra não torturava a criança, mas tinha que comunicar as autoridades a agressão sofrida pela vítima”, completou.
