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Lixão de Resende para de funcionar e catadores pedem meios para continuar reciclagem

Por Carol Macedo
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RESENDE

O lixão de Resende, localizado em Bulhões, parou de funcionar no dia 3 de abril e desde então os catadores que dependem dos resíduos recolhidos estão sem alternativas de trabalho. Segundo as queixas feitas ao A VOZ DA CIDADE, o governo municipal encerrou as atividades sem um aviso prévio, pegando 53 catadores de surpresa, que agora pedem uma alternativa para evitar o desemprego durante a pandemia do coronavírus. Segundo a prefeitura, a discussão para acabar com o lixão se arrasta há anos e não “parece correto falar que alguém foi pego de surpresa”. A prefeitura ainda afirmou que há um planejamento feito para que esses catadores possam trabalhar na coleta seletiva de resíduos sólidos de maneira mais digna e segura, contudo não informou uma previsão para isso.

De acordo com os relatos, após ficarem esperando o caminhão de lixo, que não apareceu, os catadores foram informados que os resíduos estariam sendo levados para o Centro de Tratamento de Resíduos (CTR) em Barra Mansa. Segundo o intermediário dos catadores com as autoridades competentes, Matheus Torres de Souza Costa, o Matheuzão, havia um acordo firmado pelas Defensorias Públicas Estadual e Federal, além do Ministério Público do Trabalho (MPT) e Ministério Público Federal (MPF), para a construção de um galpão para esses trabalhadores. “No acordo ficou estabelecido que a prefeitura cederia um caminhão para a associação fazer a coleta por conta própria e assim eles teriam a matéria prima deles para o trabalho. Só depois que o lixo seria transferido para Barra Mansa”, explicou.

O presidente da Associação de Garimpeiros do Aterro de Resende (Agasar), Juliano Sebastião da Silva, disse que os catadores deveriam ter sido notificados com antecedência. “Isso é desumano, nos causa danos até mesmo psicológicos, pois queremos continuar trabalhando e não sabemos como sustentar nossas famílias”, lamentou, finalizando que os catadores não são contra o fechamento do aterro, mas que o governo poderia ter feito alguma proposta para ajudá-los.

Contudo, a prefeitura explica que os catadores “nunca tiveram vínculo com a Prefeitura, recebendo em determinados momentos apoios possíveis e juridicamente cabíveis”. A nota ainda destacou que, no dia 22 de abril foi feita a distribuição de cestas básicas para todas as famílias de catadores, além de um Aluguel Social no valor de R$ 600 pelo período de 180 dias. “Não houve abandono de qualquer família à própria sorte”, afirmou.


Matheus Torres refutou a nota, explicando que apenas dois funcionários vivem de aluguel e que a cesta básica não atende todas as necessidades. “A cesta básica consiste em apenas dez quilos de arroz, dois quilos de açúcar, um quilo de farinha de trigo, uma lata de óleo e mais nada”, afirmou, acrescentando que os catadores são pessoas humildes e não sabem como sair dessa situação.  “Nós pedimos que o lixo não vá para Barra Mansa ao menos um dia sim e outro não ou uma semana sim e outra não, pelo menos até dezembro, para essas famílias se readequarem no mercado de trabalho”, pediu.

O FUTURO DOS CATADORES

Ainda acordo com a prefeitura, a ida do lixo para o Centro de Tratamento de Resíduos (CTR) é um assunto que se arrasta desde a década passada. “Em Resende, seja por questões jurídicas ou administrativas, muitas delas envolvendo a própria Agasar, o fim do despejo de resíduos no lixão foi adiado até os dias atuais”, explicou a nota, destacando ainda que a Política Nacional de Resíduos Sólidos, que determinou o fim dos lixões. “É uma decisão que obedece a legislação vigente, que leva em conta questões sanitárias de saúde (ainda mais agora em época de uma pandemia mundial) e de melhorias para o meio ambiente local”, destacou.

A nota ainda esclareceu que a prefeitura vem tentando desde 2019 “obter dados sobre a Agasar, de maneira que pudesse ajudar a associação a se manter ativa com a já propalada interrupção do envio de resíduos ao lixão. Os ofícios foram reiteradamente enviados para a associação entre novembro de 2019 e abril de 2020, sem resposta a contento. De maneira resumida, o objetivo da Prefeitura era fazer com que os catadores que reviravam o lixão pudessem trabalhar na coleta seletiva feita a partir do recolhimento de material com um caminhão, que seria comprado especialmente para atender a associação. A Prefeitura iria ainda construir um galpão para que os associados pudessem trabalhar com dignidade e segurança”, finalizou.

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