Juros – Pagar ou receber?

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Quando se escuta a palavra “juros” tem muita gente que já sente um arrepio e se enche de medo. Dá pra entender, eles podem ser grandes ofensores nas finanças pessoais. Mas como todo vilão tem seu lado bonzinho, pra quem entende, eles se tornam grandes aliados, te ajudam a enriquecer e, no final da história, trabalham pra você. Pra não ser alvo da ira dos juros compostos, hoje vou te ensinar a transformá-los em heróis.

Pra começar os juros são uma espécie de aluguel pelo dinheiro, quem precisa ou simplesmente quer usar e não tem, paga para usar de quem tem. Os primeiros registros da sua existência vêm da idade da pedra. Documentos redigidos por volta de 3000 a.c. pela civilização Suméria (atual sul do Iraque e Kwait), já mostravam modalidades de crédito baseados no peso de metais e de grãos. Ou seja, desde muito antigamente a humanidade já sabe que dinheiro, ou recursos no caso dos pré-históricos, tem seu valor de acordo com o tempo. Tudo que consumimos vai ser pago um dia, a gente escolhe se quer pagar antes ou depois do consumo. Pra quem escolhe pagar depois, além do bem, é preciso remunerar o dono do dinheiro que financiou o seu desejo, por isso que é mais barato guardar dinheiro antes de comprar, e se é mais barato, mais objetivos você pode realizar.

Se você se descontrolar e precisar usar R$ 1 mil do cheque especial, que custa cerca de 15% ao mês, sabe que no mês seguinte vai ter que devolver R$ 1.150 mil ao banco. Mas se mesmo depois dessa facada, não organizou suas finanças e permaneceu no cheque especial por mais um mês, em vez de devolver R$ 1.300 mil, sua dívida será de R$ 1.322,50, porque sobre os R$ 150 que também não era seu e você não teve como pagar, incide mais 15%. E assim a dívida vai crescendo até se tornar uma verdadeira bola de neve. Se você usar o cheque especial por um ano, vai pagar mais de 5 vezes o valor emprestado.

Mas calma! Nem tudo é um pesadelo. Do mesmo jeito que você precisa pagar juros compostos pra quem te empresta dinheiro, quem pega o seu também vai te pagar. Quando se faz uma aplicação que rende 0,5% a.m. (Sim, no Brasil a proporção que se paga e se recebe é bem diferente), no final de um ano, você não vai ter 6% de rendimento, e sim 6,16% porque o raciocínio é o mesmo, a cada mês você tem o rendimento em cima do que já rendeu. Quanto maior é o prazo que seu dinheiro fica guardado, maior será sua bola de neve do bem acumulada. Se você não vai usar seu dinheiro agora, deixa o banco usar, ele vai te pagar por isso, e quanto mais longo for o contrato, maiores são os juros que vai receber. Se o seu medo é que aconteça a mesma coisa que houve na era Collor, pode se tranquilizar, a emenda constitucional número 32 de 2001, nos protege desse fantasma.

Agora que você conhece os dois lados da moeda, é fácil promover os juros de vilão a super-herói do seu bolso. Ficou com dúvida? Escreve pra mim.

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