BARRA DO PIRAÍ
Hoje, foi adiado, por falta de testemunhas, o julgamento de Cristiane Laporte, de 28 anos, e Ramon Manuel, de 20. A mãe está presa desde janeiro após o corpo da pequena Julia Laport, de dez anos, ter sido encontrado dentro de uma mala no distrito de Ipiabas. O padrasto responde em liberdade, por ocultação de cadáver. A menina tinha síndrome de West – caracterizada por crises epiléticas e dificuldade de locomoção.
A pena de Cristiane pode chegar a 25 anos, por ocultação e abandono de incapaz, podendo dobrar se comprovado participação na morte. A pena de Ramon por ocultação de cadáver pode chegar a 12 anos, também acrescido se for constatado que houve participação na morte da criança.
Os dois iriam a júri popular, às 10 horas, no Fórum de Barra do Piraí – 2° Vara Criminal. Porém, duas das testemunhas não compareceram e o julgamento foi remarcado para o dia 25 de setembro.
A mãe chegou segunda-feira, dia 26, na cidade e estava na sede da 88ª Delegacia de Polícia (DP), sendo conduzida ontem pela equipe para o fórum. Ramon também compareceu ao julgamento, assim como o pai de Júlia, Anderson Quintanilha, que segunda-feira, após sete meses de quando o corpo foi encontrado, conseguiu realizar o enterro da criança, no Cemitério Recanto da Paz.
Procurado pelo A VOZ DA CIDADE, Quintanilha se mostrou indignado. “Duas pessoas por parte da família da Cristiane faltaram. Acredito que eles estão tentando algum recurso”, disse o pai, completando: “Eles estão tentando argumentar algo para livrar a cara deles. Um absurdo. Tinham que ir presos, pois a Justiça avisou e todo mundo foi intimado”, comentou.
Cristiane e Ramon, no dia 15 de abril, chegaram a participar de uma audiência de instrução e julgamento para produção de provas testemunhais por ocultação do cadáver da criança. A audiência fez parte do processo de número 000037432-2019.8.19.0006 e os responsáveis pelo julgamento, não deram detalhes sobre o fato.
O CORPO
A mãe de Julia havia entrado com uma medida protetiva, após se separar de Anderson Quintanilha, que o impedia de se aproximar de família, alegando que o mesmo era violento. “Ela não queria que eu ficasse perto, pois eu a reprimia e criticava se estava realmente cuidando bem da Julia, e ela arrumou um jeito de me afastar”, disse Anderson Quintanilha ao A VOZ DA CIDADE.
Com o sumiço da criança, alguns familiares procuraram Anderson para questionar o que teria acontecido e ele levou o fato até a Polícia Civil, que em seguida encontrou o corpo e deu início a investigação.