BARRA DO PIRAÍ
Hoje, foi adiado, pela segunda vez o julgamento de Cristiane Laporte, de 28 anos, e Ramon Manuel, de 20. Segundo o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, ficou entendido, após pedido do Ministério Público, que os réus e os jurados não têm segurança necessária na cidade, devido a repercussão do fato. No dia 27 de agosto, o julgamento aconteceu por falta de testemunhas. Cristiane está presa desde janeiro após o corpo da pequena Julia Laport, de dez anos, ter sido encontrado dentro de uma mala no distrito de Ipiabas. O padrasto responde em liberdade, por ocultação de cadáver.
Segundo informações, o julgamento, que ainda terá uma nova dada marcada, poderá acontecer em uma outra cidade por questões de segurança. Os dois iriam a júri popular no Fórum de Barra do Piraí – 2° Vara Criminal.
Revoltado, o pai da criança, Anderson Quintanilha, quase foi preso quando soube do novo adiamento. “Fomos no Fórum e fui tratado como lixo. Iam me prender. Eu?”, disse Anderson ao A VOZ DA CIDADE.
A menina tinha síndrome de West – caracterizada por crises epiléticas e dificuldade de locomoção. Seu corpo foi enterrado no dia 26 do mês passado, já que o pai só conseguiu liberação judicial recentemente para alteração na certidão de óbito no mês passado, para que a menina não fosse enterrada como indigente. O documento foi feito antes do resultado do exame de DNA.
A pena de Cristiane pode chegar a 25 anos, por ocultação e abandono de incapaz, podendo dobrar se comprovado participação na morte. A pena de Ramon por ocultação de cadáver pode chegar a 12 anos, também acrescido se for constatado que houve participação na morte da criança.
Cristiane e Ramon, no dia 15 de abril, chegaram a participar de uma audiência de instrução e julgamento para produção de provas testemunhais por ocultação do cadáver da criança. A audiência fez parte do processo de número 000037432-2019.8.19.0006 e os responsáveis pelo julgamento, não deram detalhes sobre o fato.
O CORPO
A mãe de Julia havia entrado com uma medida protetiva, após se separar de Anderson Quintanilha, que o impedia de se aproximar de família, alegando que o mesmo era violento. “Ela não queria que eu ficasse perto, pois eu a reprimia e criticava se estava realmente cuidando bem da Julia, e ela arrumou um jeito de me afastar”, disse Anderson Quintanilha ao A VOZ DA CIDADE.
Com o sumiço da criança, alguns familiares procuraram Anderson para questionar o que teria acontecido e ele levou o fato até a Polícia Civil, que em seguida encontrou o corpo e deu início a investigação.