BARRA MANSA
É com imensa tristeza que o A VOZ DA CIDADE vem por meio desta matéria comunicar o falecimento do fundador do jornal, o jornalista João Batista Pançardes, de 77 anos. Ele estava internado desde o dia 6 de agosto, no Hospital Santa Maria, e faleceu na tarde deste domingo, 11 devido a problemas respiratórios. O velório será a partir das 21 horas de hoje no Clube Municipal, em Barra Mansa, e o enterro será nesta segunda-feira, 12, no Cemitério Municipal.
João Batista era, não apenas um empresário determinado e apaixonado pelo o que fazia, como também era um grande pai, marido e amigo. Ele deixou esposa, Maria Pançardes, dois filhos, Luciano e Valéria, cinco netos – Larissa, João Cláudio, Daniela, Isabela e Davi – e dois bisnetos, Conrado e Helena.
Hoje nós lamentamos profundamente a perda dessa figura que deixará muitas saudades, mas garantimos que a engrenagem sempre mantida e ensinada por Sr. João por tantos anos, será perpetuada por cada um de nós.
PROFISSIONAL E PESSOAL QUE SE INTERLIGAM
João Batista começou sua história com a imprensa entregando jornais aos 12 anos. Ele passou pelo jornal A Voz do Povo, Folha Barra-mansense e O Sul Fluminense.
Sr. João trabalhou também como tipógrafo no A Voz do Povo entre 1958 a 1967. Foi quando seu irmão, Geraldo Pançardes, comprou a oficina desse jornal, e a partir daí se iniciou uma parceria com a criação da Folha Barra-mansense. Juntos eles ampliaram o jornal, reestruturaram setores e posteriormente o jornal mudou de nome: O Sul Fluminense.
Em 1967, a parceria entre os irmãos foi desfeita e três anos depois, em 1970, nascia o A VOZ DA CIDADE. Com notícias do dia a dia do Vale do Paraíba, circulou em caráter bimensal, mensal e quinzenal, semanal, até que se tornou diário. João Pançardes sempre esteve presente em todas as fases e sua história se enlaça com a do jornal.
A exemplo da maioria dos jornais, o periódico do A VOZ DA CIDADE começou no sistema artesanal de letra a letra, passando pela linotipo, depois offset, usando informática na composição com trabalhos de editoração eletrônica e fotolito digital. Em seguida o processo avançou até os dias de hoje, com o que há de mais tecnológico no universo gráfico, usando Computer to Plate CTP) e a impressão em Off-set Rotativa em nosso parque gráfico próprio.
Foi só em 2016, com 46 anos de história, que João Batista iniciou a transição da direção do jornal para seu filho, Luciano Pançardes.
VIDA FEITA DE METAS, OBJETIVOS E FORÇA
Para João Pançardes a vida é feita de metas, objetivos e força de vontade de fazer e não é à toa que ele conquistou, em vida, um lugar entre os 50 comunicadores do mundo ao atingir a marca de mais de 15 mil edições publicadas em 50 anos.
No aniversário jubileu de seu jornal, em outubro de 2020, Pançardes destacou que sempre seguiu uma linha editorial que atendesse a população, sempre ouvindo os dois lados.
Na época, ele também comentou sobre o sentimento de missão cumprida. Ele lembrou que foi muito difícil chegar a essa marca. Diz que o sucesso para isso é semelhante olhar para uma engrenagem. “Ninguém cresce sozinho. Foram anos de muito trabalho e muitos trabalhadores que nos fizeram chegar a meio século de existência. Parabéns então a todos, pois fazem parte dessa história”, concluiu João Pançardes.
Nota da Redação:
Fica nosso adeus a nosso fundador. Aquele que sempre com um sorriso no rosto nos ensinava e nos fazia prosseguir em busca da missão de informar a população. O coração de todos os colaboradores, dos que ainda estão aqui ou dos que já passaram pelo jornal, está repleto de tristeza neste dia, mas grato pela oportunidade de conhecer esse ser humano gentil, atencioso e sempre solidário.
Lamentamos profundamente a perda dessa grande pessoa que deixará muitas saudades, mas garantimos que a engrenagem sempre mantida e ensinada por Sr. João por tantos anos, será perpetuada por cada um de nós.
DEPOIMENTO DE LARISSA PANÇARDES
“Queria que todos pudessem ter o meu avô como eu tive… sempre me senti sortuda e privilegiada por ser neta dele! A vida com o meu avô era a certeza que tudo estava bem e se caso, alguma coisa saísse do eixo era só ligar que ele dava um jeitinho de resolver e me deixar bem! Ele sempre cuidou de mim e da minha família nos detalhes … o que era importante para mim, era certeza de ser importante para ele! Meu avô era tão nobre que fazia nos sentir especiais e importantes no dia a dia, não só eu que sou neta mas todos com quem ele convivia! Ele era colo, aconchego, cuidado e certeza que dava para resolver tudo com calma! Simples, gentil, desprendido e tinha um grande tesouro que era o seu coração … Ah! E que coração … não via hora, dia, cor, ele ajudava a todos, era um grande abençoador, impossível conviver com ele e não ser abençoado!
Eu sempre fui muito coladinha nele, desde criança, as minhas melhores lembranças ele estava comigo, e nas piores, ele era o colo para qual eu corria! É bom ter alguém para contar em qualquer hora e situação, é bom ter alguém que te ensine no amor o valor das coisas e não o preço, é bom se sentir acolhida o tempo inteiro sem precisar se explicar e estar perto!
Meu avô, era a certeza de que juntos sempre somos e conseguimos mais… Que dinheiro era só dinheiro, que o amor sempre vence tudo, que temos que ser resilientes, pacientes e ter calma, que a vida tem que ser vivida, que dar é melhor do que receber, e que comer é a melhor coisa mundo…rsrs
Todos os dias, não importava como ele estava e/onde estava ou com quem estava eu sempre falava:
– Vô, já disse que eu te amo hoje? E ele respondia:
– Hoje ainda não negona…
– E eu, retrucava e dizia: Eu te amo, amo ter você, sou muito feliz de ser sua primeira neta.. e ainda complementava dizendo: não acredito em reencarnação, mas se tiver, quero ver sua primeira neta de novo!
Um conselho que dou a todos que estão lendo esse depoimento, curta os seus avós, fale que ama, cuide, dê muitos beijos, demonstre todo o seu amor, honre com gestos e atitudes…
O que me consola é que ele sabe de todo o meu amor, sabe da importância e da falta que ele faz… sabe que estive com ele até o fim e que para mim ele será imortal!
Não sei como será a vida sem tê-lo por perto, mas sei que em vida Deus me deu o melhor avô, pai, professor (sim, viver com ele era um aprendizado diário de simplicidade, humildade e amor ao próximo) e aquele amigo que na Bíblia fala quando achar é um tesouro … tive tudo isso em uma só pessoa e sempre fomos muito felizes juntos!
Meu avô merece o céu! Te amo para sempre!”
Larissa Pançardes