Jair Bolsonaro é esfaqueado durante campanha em Juiz de Fora-MG

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JUIZ DE FORA

A Polícia Federal (PF) instaurou inquérito para apurar o ataque contra o candidato à presidência da República, Jair Bolsonaro (PSL), ferido durante um ato de campanha, na tarde desta quinta-feira, dia 6, em Juiz de Fora-MG. Em nota, a PF confirmou que o homem suspeito de ter esfaqueado o candidato, Adélio Bispo de Oliveira, de 40 anos, foi detido por populares e seguranças e conduzido por policiais federais para a Delegacia da Polícia Federal na cidade mineira, onde prestou depoimento; confirmando que teria golpeado o candidato. Antes de ser retirado do local, o suspeito chegou a apanhar de pessoas que acompanhavam o evento.

Bolsonaro era carregado por populares quando foi atingido por uma faca. Além de seguranças particulares, o candidato era escoltado por policiais federais; que o levaram para o Hospital Santa Casa de Misericórdia de Juiz de Fora.

“A Polícia Federal informa que o candidato à Presidência da República, Jair Messias Bolsonaro, contava com a escolta de policiais federais quando foi atingido por uma faca durante um ato público na cidade de Juiz de Fora/MG. O agressor foi preso em flagrante e conduzido para a Delegacia da PF naquele município. Foi instaurado inquérito policial para apurar as circunstâncias do fato”, declarou a PF em nota.

O candidato do foi atingido no abdômen. Segundo a unidade de saúde, ele deu entrada na emergência por volta de 15h40, com “uma lesão por material perfurocortante na região do abdômen”. Ele foi encaminhado para cirurgia, com suspeita de lesões no intestino. O estado de saúde de Bolsonaro é considerado estável.

MOTIVO DO CRIME

Segundo o comandante do 2º Batalhão da PM de Juiz de Fora, tenente-coronel Marco Antônio Rodrigues de Oliveira, o suspeito “alegou que tentou ferir o candidato Jair Bolsonaro por ter divergências de ideias e pensamentos com ele. Ele não tem nenhuma filiação partidária. Falou que [foi]uma questão pessoal dele. Depois não manifestou mais nada”.

DECLARAÇÃO DE MICHEL TEMER

O presidente Michel Temer se manifestou a respeito do atentado contra o candidato do PSL à presidência da República. “Se Deus quiser, o candidato Bolsonaro passará bem. Tenho certeza que não haverá nada mais grave, esperamos. Mas que sirva de exemplo para que as pessoas que hoje estão fazendo campanha percebam que a tolerância é uma derivação da própria democracia”, disse Temer em evento realizado na tarde de hoje, no Palácio do Planalto.

O presidente disse ainda que entrou em contato com a assessoria do candidato e confirmou que a Polícia Federal está investigando o caso. Ele comentou ainda ser “intolerável que não haja possibilidade de uma campanha tranquila” no Brasil.

“É intolerável que não haja possibilidade de uma campanha tranquila. E uma campanha que umas pessoas apresentem seus projetos. Votar em candidato é coisa de cultura atrasada, você tem que votar em projetos. E para votar em projeto, o candidato precisa circular pelo país”.

REPERCUSSÃO INTERNACIONAL

A imprensa internacional repercutiu o ataque a Jair Bolsonaro. O portal do grupo de mídia pública britânico BBC noticiou o fato sem destaque na página inicial. O texto dá um breve relato do ocorrido, destacando o candidato como líder nas pesquisas, mas também como um “político controverso” que despertou ódio em várias pessoas no Brasil com comentários racistas e homofóbicos.

O também britânico jornal The Guardian divulgou o ataque em seu site. O veículo destacou os relatos dos familiares sobre a condição de Bolsonaro. O candidato é apresentado como responsável por polarizar opiniões no país com suas propostas de reduzir restrições ao armamento da população e seu apoio à ditadura militar (1964-1989).

O jornal estadunidense The New York Times reporta os vídeos circulando nas redes sociais mostrando o momento em que Bolsonaro recebeu a facada. O candidato é colocado como segundo colocado nas pesquisas, atrás de Luiz Inácio Lula da Silva, cuja candidatura foi barrada e busca agora recurso no Supremo Tribunal Federal.

“Apesar de ser um deputado desde 1991, Bolsonaro concorre como uma pessoa de fora do sistema (outsider) pronto para subverter o poder estabelecido (establishment)”, diz o jornal. O portal da emissora estadunidense CNN fez um relato sintético do episódio, a partir das informações disponibilizadas pelos filhos do político.

A agência Associated Press também noticiou o caso repassando os relatos divulgados em redes sociais pelos filhos do candidato. O candidato é apresentado no texto como popular com muitos seguidores, mas também um personagem promotor da polarização política.

A emissora pública internacional alemão Deutche Welle reportou em seu site o ataque caracterizando Bolsonaro como um concorrente apoiado em uma plataforma de combate à corrupção e com grandes chances no pleito presidencial de outubro.

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