Isolamento social contribui para efeitos positivos no meio ambiente

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SUL FLUMINENSE

Após vários dias de isolamento social já é possível observar alguns dos vários efeitos sobre o meio ambiente no campo e principalmente nas cidades. Os animais silvestres estão de volta. São inúmeras notícias sobre pássaros, gambás, micos, tatus, capivaras e até lobos guarás circulando em área urbana.

Segundo José Arimathéa Oliveira, professor da área ambiental do Instituto Federal do Rio de Janeiro (IFRJ) e presidente do Comitê de Bacias do Médio Paraíba do Sul, além da presença dos animais, os efeitos também são sentidos na qualidade da água, pois a diminuição da atividade econômica impactou na diminuição do lançamento de esgotos industriais e do setor de serviços no rio Paraíba do Sul e de seus afluentes. “Temos identificado melhoria na qualidade das águas de nossos rios pela diminuição de despejo de dejetos industriais e também pela diminuição das chuvas, diminuindo a turbidez das águas, ou seja a cor barrenta dos rios”, cita, acrescentando que todo esse conjunto de situações faz com que melhore a qualidade das águas e seja benéfico para a natureza como um todo, em especial para os peixes e outros animais que vivem nos rios.

Ainda é preciso conscientização

Contudo, de acordo com Arimathéa é importante lembrar que o isolamento social tem efeito na outra ponta da cidade, ou seja, ele aumenta a presença das pessoas em casa e assim também aumenta a quantidade de esgoto produzido em casa. “Por isso é importante as pessoas se atentarem para alguns cuidados que podemos ter em casa. Toda vez que você vai lavar a louça da cozinha, retire antes o excesso de sujeira e restos de comida das vasilhas antes de lavar na pia, pois esses pequenos restos de comida podem entupir o encanamento e principalmente se transformam em agentes poluidores no rio. Jogando os restos de alimentos na pia, estamos aumentando a quantidade de matéria orgânica na água, o que é muito prejudicial para sua qualidade”, explicou.

Um agente muito prejudicial aos rios são os óleos despejados nas águas, pois são muito difíceis de serem filtrados e retirados da água. Arimathéa alertou que por isso é muito importante separar o óleo usado e não jogar na pia ou no bueiro da rua. “Precisamos guardar esse óleo em uma garrafa PET e depois entregá-la nos diversos pontos de coleta de óleo usado na cidade. Hoje em dia, em alguns bairros de algumas cidades, temos até alguns carros que passam com microfone anunciando que estão recolhendo esse material”, pontuou.

Outra questão importante é a atenção para não se jogar lenços umedecidos, fraldas descartáveis ou absorventes higiênicos no vaso sanitário. “Todo esse material deve ser jogado no lixo da casa que será recolhido pelo serviço de coleta de lixo e destinado ao aterro sanitário. Esses materiais também entopem as tubulações e aumentam a carga orgânica dos rios, prejudicando a qualidade das águas e dificultando o tratamento”, explicou Arimathéa.

Arimathéa diz que precisamos chamar a consciência e ao senso de humanidade de cada cidadão de nossa região. “As autoridades médicas e sanitárias nos orientam que a melhor maneira de se combater o coronavírusé lavar as mãos com água e sabão. Por isso pedimos a todos que economizem água para que tenhamos mais água nos sistemas municipais de distribuição de água para atender a toda a população. Ficar sem água em tempos comuns já é um grande problema e um grande transtorno para qualquer um, mas ficar sem água por horas ou dias, nesse tempo de pandemia é um grande desespero para as famílias que precisam se higienizar para seguir a vida, para seguir vivendo”, reforça.

 

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