Inflação tem maior alta para maio em 25 anos e atinge 8,06% em 12 meses

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BARRA MANSA

Pressionado pelo aumento da energia elétrica, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) ficou em 0,83% em maio, conforme divulgou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Este é o maior resultado para um mês de maio desde 1996 (1,22%). O acumulado no ano foi de 3,22%, e o dos últimos 12 meses, de 8,06%, acima dos 6,76% registrados nos 12 meses imediatamente anteriores.

A disparada deixa a inflação acumulada em 12 meses bem acima do teto da meta do governo para a inflação no ano – o centro da meta é de 3,75%, podendo variar entre 2,25% e 5,25%.

Nove grupos de produtos e serviços pesquisados apresentaram alta em maio. A maior variação foi no grupo habitação, seguida pelos preços dos transportes.

Alimentação básica está mais cara

A inflação de alimentação e bebidas (0,44%) ficou próxima a do mês anterior (0,40%). A alimentação no domicílio passou de 0,47% em abril para 0,23% em maio, por conta do recuo nos preços de itens como frutas (-8,39%), da cebola (-7,22%) e do arroz (-1,14%). Por outro lado, as carnes (2,24%) seguem em alta, acumulando 38% de variação nos últimos 12 meses.

Já a alimentação fora do domicílio (0,98%) seguiu movimento inverso, acelerando em relação a abril (0,23%), com destaque para as altas do lanche (2,10%) e da refeição (0,63%).Indispensável na Cesta Básica de alimentos dos brasileiros, o óleo de soja acumula alta de 86,87% em 12 meses e é o grande ‘campeão’ das altas de preços em 2021.

Além do óleo, os alimentos com maiores altas são: feijão-macáçar (fradinho), 58,04%; óleos e gorduras, 56,49%; arroz, 51,83%; carnes, 38,00%; repolho, 37,74%; cereais, leguminosas e oleaginosas, 37,52%; pimentão, 34,47%; feijão-preto, 31,26%; salsicha em conserva, 31,23%; açúcar cristal, 23,86%; alface, 23,12%; banana-maçã, 23,01%; peixe-pintado, 22,79%.

O gerente de uma grande rede de supermercado, José Jairo de Souza, comenta que é desagradável repassar a alta dos preços aos consumidores. Se a indústria aumenta, esse acréscimo chega até nós. Nossa rede é grande, tem muitos funcionários e infelizmente não temos como não reajustar os preços. Se falando de alimentação, é mais complicado ainda, mas a empresa investe, busca autonomia de compras para manter os preços reduzidos”, cita.

A dona de casa, Lúcia Almeida, destaca a instabilidade dos preços. “Não se pode mais fazer a compra do mês, pois a cada dia os preços são reajustados. O negócio é andar, pesquisar, acompanhar promoções, analisar encartes e só então comprar. O salário nunca aumenta, hoje em dia nos alimentados no básico, não dá pra ficar fazendo pratos mais elaborados, é o trivial e pronto”, analisa.

 

Energia elétrica foi o que mais pesou

Segundo o IBGE, o maior impacto individual do mês veio da alta da energia elétrica (5,37%), que sozinha respondeu por 0,23 ponto percentual do IPCA.

Em maio, passou a vigorar a bandeira tarifária vermelha patamar 1, que acrescenta R$ 4,169 na conta de luz a cada 100 quilowatts-hora consumidos. Além disso, no final de abril, ocorreram reajustes em diversas regiões do país.

Outros itens que pesaram no bolso dos consumidores em maio foram tv, som e informática (2,16%), gás de botijão (1,24%), gás encanado (4,58%), gasolina (2,87%), etanol (12,92%) e óleo diesel (4,61%). No ano, a gasolina acumula alta de 24,70% e, em 12 meses, de 45,80%.

 

 

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