Inflação oficial fecha 2021 em 10,06%, maior alta desde 2015

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SUL FLUMINENSE

Dois mil e vinte e um finalizou com o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 10,06%, sob forte influência dos preços dos combustíveis, segundo divulgou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O índice que mede a inflação oficial do Brasil, é a maior taxa acumulada no ano desde 2015, quando foi de 10,67%. Em 2020, o IPCA foi de 4,52%. Foi também a primeira vez desde 2015 que a inflação ficou acima de 10%.

Mesmo tendo desacelerado em dezembro, a inflação de 10,06% no acumulado no ano ficou bem cima do teto da meta para 2021, que era de 5,25%. Pelo sistema vigente, o IPCA poderia ficar entre 2,5% e 5,25% para a meta ser oficialmente cumprida. O objetivo central oficial era de 3,75%.Os analistas do mercado financeiro estimavam uma inflação de 9,99% em 2021, segundo a última pesquisa Focus do Banco Central.

A previsão do mercado para a inflação em 2022 está em 5,03%. Com isso, a expectativa é de estouro do teto do sistema de metas pelo segundo ano seguido. A meta central para o IPCA deste ano é de 3,50% e será oficialmente cumprida se o índice oscilar entre 2% e 5%.

A meta de inflação é fixada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Para alcançá-la, o Banco Central eleva ou reduz a taxa básica de juros da economia. Atualmente, a taxa Selic está em 9,25% ao ano, maior patamar em mais de quatro anos. E a perspectiva do mercado é que ela termine o ano em 11,75% ao ano.

OS VILÕES

Inflação em 2021 para cada um dos 9 grupos: Alimentação e bebidas: 7,94%; Habitação: 13,05%; Artigos de residência: 12,07%; Vestuário: 10,31%; Transportes: 21,03%; Saúde e cuidados pessoais: 3,70%; Despesas pessoais: 4,73%; Educação: 2,81%; e Comunicação: 1,38%.

“Entramos o ano fazendo reflexões: viveremos um ano como 2021 cheio dos aumentos abusivos ou teremos alguma paz. Já li que o aumento do salário mínimo não cobre a inflação e quando será que vai sobrar algum dinheiro para os trabalhadores”, indaga o motoboy, Jeferson Arruda.

A secretaria executiva Luciana Camila ressalta o otimismo do brasileiro para passar por esses momentos. “Energia, mercado, gasolina. Tudo de mais essencial, cada vez mais caro. Espero que neste ano, alguma coisa mude, que os preços congelem dizem que brasileiro é um povo muito esperançoso e realmente temos que ter fé”, cita.

A inflação de dois dígitos em 2021 foi puxada principalmente pelo grupo ‘Transportes, que apresentou a maior variação (21,03%) e o maior impacto (4,19 pontos percentuais) no IPCA do ano. Na sequência vieram ‘Habitação’ (13,05%), que contribuiu com 2,05 p.p., e ‘Alimentação e bebidas’ (7,94%), com impacto de 1,68 p.p. Juntos, os três grupos responderam por cerca de 79% do IPCA de 2021.

A disparada da inflação em 2021 também é explicada pela alta de commodities, desvalorização do real frente ao dólar e crise hídrica, que fez disparar o preço das contas de luz.

A inflação castigou de maneira mais intensa a população pobre. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que abrange as famílias com rendimentos de 1 a 5 salários mínimos ficou em 10,16%, acima da inflação oficial.

Dez itens com maior impacto na inflação do ano

Gasolina: 47,49% (impacto de 2,34 pontos percentuais); Energia elétrica: 21,21% (impacto de 0,98 p.p); Automóvel novo: 16,16% (impacto de 0.48 p.p.); Gás de botijão: 36,99% (0,41 p.p.); Etanol: 62,23% (0,41 p.p.); Refeição: 7,82% (0,29 p.p.); Automóvel usado: 15,05% (0,28 p.p.); Aluguel residencial: 6,96% (0,26 p.p.); Carnes: 8,45% (0,25 p.p.); Produtos farmacêuticos: 6,18% (0,20 p.p).

 

 

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