ESTADO/VOLTA REDONDA
Os deputados Dr. Julianelli (PSB), Lucinha (PSDB), e Cidinha Campos (PDT), integrantes das comissões de Meio Ambiente, Saúde e Saneamento Ambiental da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), estiveram na manhã desta quinta-feira reunidos com presidente do Instituto Estadual do Ambiente (Inea), Marcus Lima. Ele informou aos parlamentares que havia notificado a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) e a Harsco Metals para que a pilha de escória no bairro Brasilândia e adjacências seja reduzida. O secretário de Estado do Ambiente, Marco Aurélio Porto também participou.
“Já chamamos as duas empresas hoje. Vamos notificar e tomar as medidas que precisam ser tomadas, mas que dependem mesmo de estudos para que saibamos o que precisa ser feito. Uma coisa está clara, tem excesso de material que precisa sair”, afirmou o presidente do Inea na reunião, que garantiu aos deputados que técnicos do instituto estiveram no depósito na quarta-feira e constataram que os rejeitos, que são subproduto da fabricação do aço dos Altos-Fornos e Aciaria da CSN, usado no setor cimenteiro, estaria com mais de 20 metros de altura, quando o máximo recomendado seria 15.
Os deputados fizeram uma série de pedidos, como os laudos que comprovem o tratamento do líquido no solo quando chove, a licença para acumular tal material, a distância do Rio Paraíba do Sul, a altura da escória, a natureza química do produto, a planta atualizada no local, pois a mostrada foi de 2014, e também a existência de um plano de contingenciamento, em caso de catástrofe na região. “Trouxemos a preocupação de Volta Redonda com a montanha de escória na beira do Rio Paraíba do Sul, onde uma possível contaminação da água pode atingir não apenas a região, mas o estado, com a possibilidade de calamidade pública sanitária”, disse o deputado Julianelli se referindo ao fato do rio ser responsável por 80% do abastecimento da Região Metropolitana do Rio de Janeiro.
O deputado mencionou que o que está estocado para a empresa Harsco Metals trabalhar é um material usado para recapeamento de estradas e ruas, a escória. “A empresa tem um contrato com a CSN para fazer o tratamento desse resíduo. Ela transforma aquilo em algo que pode ser aproveitado para venda. “E como provavelmente não estão vendendo, estão acumulando. Mas isso não é problema nosso e nem do meio ambiente”, afirmou Julianelli.
A montanha de escória pega os bairros Brasilândia e os adjacentes – Volta Grande 2 e 4, São Luiz, Caeiras, Nova Primavera e Complexo do Santo Agostinho.
CSN
A Assessoria de Imprensa da CSN foi procurada e informou que manteria a posição divulgada para a imprensa na quarta-feira. Em nota, relembrando, a empresa garante que o material armazenado na área de beneficiamento operada pela empresa Harsco Metals não é perigoso. Fala de uma classificação da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) que não representa qualquer risco ao meio ambiente ou a saúde. Diz ainda que a empresa Harsco Metals possui licença ambiental válida para operar no local. “No processo de beneficiamento, a parte metálica do material é separada e volta a ser usada no processo siderúrgico. O que sobra é estéril, incapaz de contaminar o meio ambiente, tanto é que é mundialmente destinado para o uso na fabricação de cimento, em pavimentação, em lastro de ferrovias e como base para asfaltamento de vias de tráfego, dentre outras formas de utilização. A CSN, inclusive, está em tratativas com órgãos públicos para a doação de parte desse material para recuperação de estradas vicinais no Rio de Janeiro”, disse em nota a empresa.