INB se manifesta em relação ao caso de racismo e transfobia que aconteceu na unidade de Resende

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RESENDE

A Indústrias Nucleares do Brasil e o Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ), além da polícia civil investigam um caso de racismo e transfobia ocorrido dentro da unidade da estatal localizada no Sul Fluminense.

O Sindicato dos Mineradores de Brumado e Microrregião denunciou o caso

à Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi) e ao MPRJ, no dia do ocorrido, a gerente de Comunicação questionou uma funcionária do setor de Recursos Humanos (RH) sobre a convocação do novo Analista de Comunicação dentre os aprovados no concurso público.  Ela teria se recusado a aceitar um candidato aprovado em concurso público por ele ser negro e transgênero. O caso aconteceu no dia 13 de setembro deste ano.

O A VOZ DA CIDADE procurou a empresa que emitiu nota oficial dizendo que “A Indústrias Nucleares do Brasil – INB esclarece que não coaduna com nenhum ato de discriminação de gênero, identidade sexual, raça e etnia, condição física, classe social, procedência geográfica, estado civil, idade, religião, cultura e convicção política. Este princípio basilar está fixado no Item 2.1.2 do Código de Ética, Conduta e Integridade da empresa.

Cabe destacar que, desde a ocorrência do referido evento na Fábrica de Combustível Nuclear (FCN), em Resende, já está sendo conduzida a devida apuração dos fatos pelos órgãos competentes internos, seguindo o rito previsto nos manuais da empresa, onde, após a devida análise, será dado o encaminhamento adequado.

A INB acrescenta ainda que, após os fatos terem sido inicialmente analisados pela Comissão de Ética da empresa, estão sendo tomadas outras providências, incluindo-se o afastamento temporário da empregada do cargo e abrindo-se uma sindicância para dar prosseguimento às apurações.

Os processos de admissão de concursados estão ocorrendo normalmente conforme estabelecido no edital do concurso, e o candidato assumirá o cargo na próxima semana, tão logo sejam concluídos os trâmites padrões de contratação. A INB reforça que sempre primou pelo atendimento da legislação relativa às cotas raciais”.

O CASO

A gerente teria sido informada de que o candidato já havia sido convocado na lista de aprovados de pretos e pardos, conforme norma vigente da política de cotas do concurso. Durante a conversa, a funcionária do RH disse que o próprio candidato já havia entrado em contato para avisar que, quando se inscreveu no concurso se reconhecia como do gênero feminino, mas que havia passado pela transição sendo, portanto, um homem trans.

A denúncia mostra que ela teria dito que não aceitaria ninguém que: ‘além de preto, fosse viado’ e afirmou ainda que o RH deveria tê-la comunicado antes de convocar o candidato. Uma outra funcionária teria intervindo e pedido que ela focasse apenas na capacitação técnica do profissional que havia sido aprovado no concurso público.

Mais ofensas

Ainda no mesmo dia, a denunciada teria procurado novamente o setor de RH reafirmando sua posição. Informou ainda que, mesmo se ele fosse contratado, ela o demitiria após três meses de trabalho. Quando o gerente de RH chegou ao setor, ela manteve seu pedido e teria repetido por diversas vezes que a contratação de um candidato negro e transgênero traria ‘vergonha à empresa’. Ao sair da sala, ela teria falado a seguinte frase na frente de outros funcionários: ‘Essa p****, além de preto, é viado. Ainda deve ser petista, aposto’.

A INB

A Indústrias Nucleares do Brasil é uma empresa pública vinculada ao Ministério de Minas e Energia. Exerce, em nome da União, o monopólio da produção e comercialização de materiais nucleares. Também trabalha na execução de serviços de engenharia do combustível e na produção de componentes dos elementos combustíveis. Atua na cadeia produtiva do urânio, que inclui a mineração, o beneficiamento, o enriquecimento, a fabricação de pó, pastilhas e do combustível que abastece as usinas nucleares brasileiras. Além de Resende, possui unidades em São Francisco de Itabapoana (RJ), Caetité (BA), Caldas (MG) e São Paulo. A Sede da INB fica na cidade do Rio de Janeiro e o escritório em Fortaleza (CE), base do Projeto Santa Quitéria.

 

 

 

 

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