Inauguração do Palácio Barão de Guapy acontece na próxima segunda-feira; presidente da Fundação Cultura falou ao jornal sobre o projeto

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BARRA MANSA

Após quase quatro anos de obras e paralisações, foi concluída a restauração do Palácio Barão de Guapy e a apresentação do Corredor Cultural de Barra Mansa já tem data e hora para acontecer. A inauguração está marcada para segunda-feira, dia 11, às 18h30min. A cerimônia será aberta ao público. O presidente da Fundação Cultura, Marcelo Bravo, conversou com o A VOZ DA CIDADE e detalhou todo o projeto que foi executado no prédio e ainda explicou a razão pela obra ter demorado a ser finalizada.
Bravo relatou que a fonte do recurso foi de uma emenda parlamentar de 2013, mas a gestão anterior não conseguiu aprovar os projetos pelo Instituto Estadual do Patrimônio Cultural (Inepac). Só quando a gestão de Rodrigo Drable assumiu em 2017, que foi apresentado um projeto validado pelo instituto, dando início às obras em novembro desse mesmo ano.
Marcelo Bravo explicou que ao assumir o compromisso do projeto, pensaram em uma praça que servisse para atividades culturais, trazendo como referência o paisagismo de Auguste Glaziou, responsável pelo projeto original do Parque Centenário. “Tomamos como referência as formas dos canteiros para trazer um pouco do ambiente de dentro do Jardim das Preguiças, Subimos os canteiros para serem arquibancadas orgânicas, que já servem como bancos”, explicou.
Já a recuperação do prédio foi parte mais importante, tendo que haver uma reforma em toda a fachada, buscando as cores originais de cada elemento que compõe a estrutura. “Uma das propostas apresentadas foi o compromisso de recuperar isso e foi o que fizemos”, destacou Bravo acrescentando que para a recuperação das cores, foi usada a prospecção estratigráfica – nome da técnica de raspagem das tintas para chegar a cor original. “Foi assim que chegamos às primeiras cores das colunas, paredes, janelas, brasão e balaustres”, disse.

PRÉDIO HISTÓRICO

De arquitetura neoclássica, o prédio teve sua construção iniciada no ano de 1857, na administração do Comandante Lucas Antônio Monteiro de Barros, e concluída em 1865, na gestão do Comendador Joaquim José Ferraz de Oliveira, o Barão de Guapi. Foi tombado na década de 70 pelo Inepac.

“As madeiras das janelas foram recuperadas, removemos todo cabeamento da fachada, agora toda a fiação de elétrica entra no prédio de forma subterrânea, o prédio está completamente livre de elementos modernos, cores originais e paisagismo do final do século 19 e início do século 20, como, por exemplo, os postes republicanos que eram utilizados nesta época foram instalados na praça”, contou o presidente da Fundação Cultura.

O motivo do atraso

Ainda de acordo com Bravo, o principal motivo das obras terem demorado para serem finalizadas, foi por causa de problemas administrativos e burocráticos no repasse da verba pela Caixa Federal. Segundo ele, o recurso estava liberado e aprovado, mas não disponível. “Houve mudanças administrativas, na gestão, na gerência e assessoria da Caixa, o que complicou os repasses. Consequentemente, a empresa responsável pelo serviço, deixou de executar uma série de coisas a ponto de abandonar a obra. Aí a prefeitura rescindiu o contrato e abriu outro processo com uma nova empresa”, disse, relatando que o recurso foi de aproximadamente R$ 1,2 milhão.

O que esperar

“Agora a população pode ter de volta a primeira área de lazer construída em Barra Mansa, que foi o Jardim das Preguiças e a praça. Nossa cidade tem de volta o prédio mais bonito de todo Vale do Paraíba. Esse prédio se refere como um dos mais importantes e mais bem cuidados do Rio de Janeiro do século 19. A gente planeja programações artísticas e culturais de pequeno porte – e claro, momentos de contemplação de um prédio lindo, com iluminação artística, que valoriza a arquitetura, com um paisagismo acolhedor e elegante.  Uma área revitalizada e no coração da cidade”, exclamou Marcelo Bravo.

O presidente da Fundação Cultura afirmou ainda que  nenhum outro prefeito investiu tanto na conservação de prédios históricos como Rodrigo Drable. Ele lembrou da obra no prédio da Fazenda da Posse em 2017 e da Pintura da Estação das Artes em 2019, além da Igreja de Amparo que está sendo completamente restaurada. “É uma política cultural de valorização e recuperação do patrimônio histórico”, finalizou.

O presidente da Fundação Cultura, Marcelo Bravo, conversou com o A VOZ DA CIDADE também em 2019 sobre a obra – Foto

para a recuperação das cores, foi usada a prospecção estratigráfica – nome da técnica de raspagem das tintas para chegar a cor original – Foto Fábio Guimas

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