Inadimplência do consumidor sobe 2% em agosto, afirma CNDL/SPC

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SUL FLUMINENSE

Um levantamento nacional realizado pela CNDL/SPC Brasil, divulgado nesta quinta-feira, 19, mostra que a inadimplência do consumidor subiu 2% no mês de agosto, perante o mês anterior, mantendo ritmo moderado. A Confederação Nacional dos Dirigentes Lojistas e o Serviço de Proteção ao Crédito constataram que apesar do recuo de 0,83% no volume das dívidas, contas de água e luz continuam na dianteira dos atrasos. E os brasileiros com CPF negativado devem, em média, R$ 3.277. O indicador de inadimplência do consumidor sumariza todas as informações disponíveis nas bases de dados às quais o SPC Brasil e a CNDL têm acesso. As informações disponíveis referem-se a capitais e interior das 27 unidades da federação.

Apesar de subir o total de inadimplentes, baixou em 0,83% o volume de dívidas, o que segundo as entidades demonstra discreta queda do número médio de dívidas contraídas por pessoa física, que caiu de 2,2 em janeiro de 2010 para 1,9 no dado mais recente. “Há uma frustração quanto à retomada da economia e os reflexos positivos na vida do consumidor. Com o desemprego elevado e o achatamento da renda, a capacidade de pagamento das famílias ainda não voltou a pleno vapor. A expectativa é de que a inadimplência comece a recuar a partir de 2020”, analisa Roque Pellizzaro Junior, presidente do SPC Brasil.

Na região os órgãos oficiais vinculados ao SPC não detém um relatório de consumidores inadimplentes, mas alegam que tem aumentado o número de pessoas com restrição devido ao momento econômico. “É difícil informar um total fixo, precisaria de uma pesquisa apurada e regional. Com base no relato de lojistas como eu afirmo que tem crescido nessa faixa mesmo entre 1,5% e 2%. São contas parcelas com prestações vencidas. Os carnês de minha loja, por exemplo, tenho uns 45% de inadimplentes”, comenta o comerciante Armando Pereira, de Itatiaia.

Segundo a CNDL/SPC, somando todas as pendências, cada consumidor inadimplente indicado na pesquisa deve, em média, R$ 3.277,74. Pouco mais da metade (53,0%) tem dívidas de até R$ 1 mil e 47,0% acima desse valor. Considerando as contas de serviços básicos, como água e luz, foi registrado um avanço expressivo de 17,6% no volume de atrasos na comparação com agosto de 2018. O segmento de bancos também apresentou alta de 2,8%, enquanto comunicação e comércio, por sua vez, tiveram quedas de 19,5% e 4,7%, respectivamente. “A conta de luz geralmente procuro pagar junto com o aluguel, pra não ter sufoco. A de agosto ainda tá atrasada, às vezes deixo correr. Já fiquei negativado uma vez por isso, mas foi um longo tempo desempregado e um amigo ajudou a acertar tudo. Quanto à água, já tive o serviço cortado uma vez também, mas atraso bem menos que a energia. Acho caro pagar R$ 120 morando somente eu e meu irmão que não trabalha”, conta o pedreiro Osvaldo Benedito, de Porto Real.

Para a economista-chefa do SPC Brasil, Marcela Kawauti, o consumidor deve priorizar o pagamento de dívidas com juros mais elevados, como cartão de crédito ou cheque especial. “Atrasar contas de serviços básicos, como água e luz, pode traz problemas de corte do fornecimento, embora os juros sejam baixos. O ideal é organizar o orçamento para evitar o ‘rodízio’ de contas, em que se escolhe a cada mês qual será paga em detrimento de outra”, orienta.

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