Inadimplência aflige 61,3 milhões de trabalhadores, diz CNDL/SPC

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SUL FLUMINENSE

Dados apurados pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) mostram que o volume de consumidores com contas em atraso cresceu 1,38% em janeiro deste ano na comparação com igual período do ano passado. Apesar da alta, trata-se da segunda menor variação para os meses de janeiro em 10 anos de série histórica. Considerando esse período, apenas em janeiro de 2017 houve um crescimento tão fraco, quando a alta havia sido de 0,84%. Nos demais anos, os crescimentos foram sempre mais expressivos do que o verificado agora em 2020.

De modo geral, a estimativa é de que o país tenha fechado o mês de janeiro com aproximadamente 61,3 milhões de consumidores inscritos em cadastros de devedores e que, por conta disso, vêm enfrentando dificuldades para comprar a prazo, fazer financiamentos ou contratar empréstimos. A cifra equivale a pouco mais de 39% da população adulta do Brasil. Na região Sul Fluminense muitos consumidores esperam sair da restrição em 2020. “Os dados de janeiro me deixam feliz, afinal muita gente pensa igual a mim no país: deixar de ficar negativada. São contas de lojas, banco, cartão de crédito. Até julho quero finalizar tudo, ficar livre no mercado. O mais chato é não ter acesso a compras parceladas, ter que comprar à vista ou pedir pra alguém emprestar o crediário”, afirma a despachante Rafaela Marins.

INADIMPLÊNCIA ENTRE JOVENS

O indicador revela que o Sudeste possui aproximadamente 25,3 milhões de cidadãos com o nome em cadastro de devedores. No que diz respeito a faixa etária, observa-se que a inadimplência vem caindo entre os mais jovens, enquanto cresce nas populações mais velhas. Em janeiro, houve uma queda expressiva de -20,17% no volume de consumidores inadimplentes na faixa dos 18 aos 24 anos. A queda também foi constatada entre os que têm de 25 a 29 anos (-10,08%) e daqueles que estão na faixa dos 30 aos 39 anos (-1,76%).

Movimento contrário foi visto entre os de idade mais elevada: a alta mais expressiva ficou entre os idosos de 65 até 84 anos, que apresentaram aumento de 5,35% no volume de inadimplentes. Considerando as pessoas de 50 a 64 anos, houve uma alta de 3,44% na quantidade de inadimplentes e de 2,28% na faixa que vai dos 40 aos 49 anos. Mesmo com o crescimento, o avanço observado em janeiro deste ano é menor do que o observado no mesmo mês de 2019. “Um dos fatores que impulsiona a inadimplência dos idosos é o empréstimo de nome. Com o desemprego elevado, em muitas famílias o idoso que recebe a aposentadoria é a única fonte de renda e a facilidade de acesso ao crédito consignado é uma razão que estimula o empréstimo de nome a terceiros”, afirma Pellizzaro Junior, presidente do SPC Brasil.

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