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IFec indica que 72,7% dos trabalhadores temem perder o emprego

Por Idel Pinheiro
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SUL FLUMINENSE

O Instituto Fecomércio de Pesquisas e Análises (IFec RJ), vinculado à Federação de Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do Rio de Janeiro (Fecomércio), divulgou pesquisa sobre as expectativas dos trabalhadores em meio à pandemia. A crise do novo coronavírus (Covid-19) mexe desestabiliza o setor econômico e como reflexo ameaça os empregos. Nesse contexto, o IFec RJ apurou junto a 436 consumidores em todo o estado do Rio de Janeiro, que 72,7% deles teme ficar desempregado.

Com contrato de trabalho adequado à Medida Provisória 936 de redução de salário e jornada, a secretária Maria Elisa Carvalho, 21, está no segundo emprego e teme perder a chance de prosseguir com renda própria para arcar com os custos do ensino superior. “Tudo está parado nos meus projetos. O salário foi reduzido e fica a expectativa para os meses futuros, após o fim do prazo legal da medida provisória. Minha principal preocupação é a mensalidade da faculdade de Administração. Estou no quinto período e aguardando a normalidade, mas já sofrendo projetando sim, ficar desempregada se a crise econômica acabar. Acho que o meu medo é o de muitos outros trabalhadores, universitários até mesmo pela expectativa de volta às aulas que segue indefinida também. É um misto de expectativas e indefinições”, comenta a moradora de Resende.

Funcionária de uma loja de cosméticos, Raiane Vieira, 19, tem um plano alternativo pelo que enfrentou enquanto o comércio teve de permanecer de portas fechadas. “Com a flexibilização voltei para a loja normalmente, mas enquanto estava tudo parado, em marco e abril, foi a hora de fazer unhas, virar manicure. A crise me faz, sim, pensar em ficar desempregada porque as vendas caíram bastante. O fluxo de consumidor na rua também reduziu. Tenho medo do desemprego e por isso, tento criar alternativa como autônoma, mesmo que tendo baixa procura”, conta.

RETOMADA DA ECONOMIA


A sondagem do IFec RJ também apurou a expectativa em relação à retomada da economia no estado do Rio de Janeiro. Para 58% dos consumidores a situação não deve melhorar, pois eles se consideraram pessimistas. Já 32,3% dos ouvidos afirmaram estar confiantes ou muito confiantes. Com relação à economia nacional, 48,4% dos pesquisados demonstram estar descrentes, mas 44,7% permanecem confiantes.

O estudo também mostra que aproximadamente 55,5% dos fluminenses estão com receio de ter sua renda familiar ainda mais reduzida por conta dos efeitos econômicos da pandemia. Já para 28,9% dos pesquisados, a renda vai se manter como está e, outros 13,1%, acreditam que vai até aumentar. “Isso já ocorre na mesmo antes da pandemia, basta ir ao mercado que dá pra perceber que o salário não rende como antes. Tudo sobe, mês a mês. Com a pandemia, ameaças de demissão, redução de salário, menos oferta de trabalho a renda da família pode sim cair. O vírus e a inflação são nossos inimigos, junto com o oportunismo dos empresários em lucrar em cima do povo nessa hora de crise”, opina o motorista de aplicativo Ronaldo Bastos, 43.

MAIORES DESPESAS DO MÊS

O IFec RJ ainda perguntou aos moradores do estado do Rio quais despesas se tornariam maiores em julho relativamente ao mês de junho. O grupo de alimentos e bebidas liderou o ranking com 77,8%, seguidos por luz elétrica, gás e água (55,5%); produtos farmacêuticos (42,7%); produtos de higiene pessoal (42,4%); produtos de limpeza (40,8%); internet de celular (14,2%); e produtos eletrônicos (9,6%).

Para a economista Eliane Barbosa, os itens de liderança refletem os principais gastos das famílias no momento de orientação para a quarentena. “Com a família tendo de permanecer em casa aumenta o consumo de alimentos, bebidas. Com isso, gera alta também na conta de energia, gás natural, gás de cozinha e água. A projeção para julho pode ter a ver com essa nova realidade. A orientação, principalmente nos supermercados, é aproveitar ofertas e pesquisar os preços. Não haverá escassez de mercadorias, não é necessário, portanto, fazer estoque de mantimentos e levar o que não é de primeira necessidade”, afirma a educadora financeira.

 

 

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