Ian Nicollas, de três anos, foi vítima de bala perdida na noite de domingo, dia 18, no bairro Japuiba. Ele, a mãe e outras pessoas da família estavam participando de um velório quando uma confusão teve início. O A VOZ DA CIDADE conversou com a mãe da criança, Vera Lúcia, que contou que correu com o filho no tumulto, quando ele reclamou de dor. Logo, ela sentiu o sangue escorrer. Vera e a família estão morando há dois meses em Angra e estão assustados com a onda de violência.
Ela explicou que estava em um velório com sua mãe, sua tia, sua filha, de nove anos, e o mais novo, de três. “Apareceu um jovem na rua gritando com o irmão do rapaz que faleceu (de infarto). O rapaz saiu do velório e eles começaram a discutir na rua, quando o outro puxou um revólver. Todo mundo saiu correndo. Foi quando ele olhou pra mim e disse, mamãe, tá doendo. Depois eu senti o sangue escorrendo”, relatou a mãe, que explicou ter ouvido apenas um tiro.
Vera conseguiu ajuda de uma vizinha e levou Iam para o Hospital Geral da Japuiba (HGJ). Ela disse que a bala atravessou sua perna direita. “Ele reclama ainda muito de dor, mas graças a Deus ele está bem. Ainda não tem previsão de alta”, relatou.
Vera se mudou para Angra dos Reis há apenas dois meses. Ela, o marido e os seis filhos. Ela nasceu em Angra, mas morava há alguns anos no Espírito Santo. Tamanha violência a surpreendeu. “Minha família mora na Japuiba e eu mesma nunca havia presenciado coisa assim. Tendo filhos, ficamos assustadas com toda essa violência”, concluiu Vera, que está acompanhando Iam na internação.
O A VOZ DA CIDADE conversou com o delegado da 166ª Delegacia de Polícia, Bruno Gilaberte, que contou que o caso foi registrado e está sendo investigado. Ninguém foi preso. “Não foi nada relacionado ao crime organizado, até onde sabemos. Foi uma briga que resultou em um tiroteio, vindo acertar a criança”, explicou Gilaberte, confirmando que somente a criança foi atingida durante a confusão.