Herança deixada pela administração anterior ameaça pagamentos dos servidores municipais de Volta Redonda

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VOLTA REDONDA

Com previsão para pagar os 50% restante dos salários de novembro dos servidores municipais, dívida deixada pela administração passada, o prefeito Antonio Francisco Neto (DEM) falou na manhã desta quinta-feira, dia 7, em um programa de rádio que a prefeitura está sem dinheiro em caixa. De acordo com o prefeito, para quitar o restante dos salários, seriam necessários R$4,5 milhões, mas na segunda-feira, dia 4, quando ele assumiu o governo tinha apenas R$500 mil em caixa. Sendo assim, a herança deixada pela administração anterior ameaça pagamentos do funcionalismo.

Neto declarou na entrevista que reagiu com surpresa sobre a informação de uma possível paralisação dos funcionários da Garagem da Prefeitura, nas próximas horas. Disse no programa de rádio que está na prefeitura há uma semana apenas e, por isso ficou surpreso com a notícia da greve. Lembrou que a prefeitura está sem dinheiro e que vai tomar as medidas cabíveis caso haja paralisação. Lembrou que irá m descontar os dias parados dos funcionários, caso haja a paralisação. Relatou o prefeito na entrevista que a dificuldade é grande, mas que não se intimida. “Não Fui eleito para ficar reclamando. Vou arrumar esta cidade, custe o que custar”, concluiu Neto.

Além dos servidores da Garagem, da Companhia de Habitação (Cohab-VR), os de outros setores também estão na mesma situação, como os professores demitidos.

PROFESSORES DEMITIDOS ESTÃO PASSANDO POR DIFICULDADES

Um grupo de professores foi desligado no ano passado das atividades pela Secretaria Municipal de Educação (SME). Os demitidos trabalhavam pelo Regime de Contrato Especial de Direito Administrativo (REDA). Assim como muitos funcionários demitidos tiveram a sua rescisão paga no prazo máximo de 60 dias, esses professores que saíram em setembro e outubro aguardavam pelo mesmo prazo dado pelo próprio Recursos Humanos (RH), quando ainda os atendia.

Segundo informou uma das professoras, que preferiu não se identificar, desde a última semana do mês de novembro de 2020 os demitidos não foram atendidos. “Desde então ninguém nos informa nada sobre a rescisão. Quando ainda atendiam as nossas ligações só tínhamos a fala de que não havia previsão”, explicou a professora, ressaltando que todos já estão desanimados.

Lembrou a professora que eles já não sabem mais o que fazerem e a quem recorrer. “Estamos muitos agoniados. Tem professores que assim como eu precisam muito do dinheiro. E mesmo quem ainda tem outra renda fixa tem o direito de receber, pois temos aluguel de casa para pagar, filhos, contas e outros compromissos”, relatou. “Trabalhamos porque precisamos. Por isso, temos que receber. Hoje mesmo uma colega de trabalho estava nervosa porque foram cobrar uma conta dela e ela não tinha mais de onde tirar dinheiro”, completou.

NENHUMA ESCOLA CONTRATA

Outra professora informou que saíram em uma época que escola nenhuma contrata, pois não há previsão de retorno as aulas presenciais. Portanto, a dificuldade dos profissionais sobreviverem. “Eu estou dando aula de reforço, mas não é renda fixa. O dinheiro também não é suficiente para pagar as contas da casa. Ligamos sempre para o RH e não nos atendem mais. Fomos atrás da prefeitura e não obtivemos respostas. Na SME também não tem informações sobre esse dinheiro. A nossa esperança é que o novo prefeito consiga o dinheiro para nos pagar, pois temos a informação  que a prefeitura está sem dinheiro para nada “, disse.

São vários profissionais na mesma situação. “Parece que não existimos. Ninguém fala da nossa situação. Ninguém busca nos pagar pelo que trabalhamos. Já passamos por muitos constrangimentos, mas esse é pior. Eu fico muito nervosa, pois nunca atrasei minhas contas. Estamos todos enrolados. Para se ter uma idéia, a minha conta é na Caixa Econômica. É conta salário e precisa ser fechada porque gera juros em aberto senão estiver usando. Só que eu não posso fechar porque ainda espero pelo dinheiro que já nem sei mais se um dia vou receber. Só sei que trabalhei, mas receber não sei”, destacou outra profissional da educação.  “Corro o risco de ainda ter que pagar por essa conta na Caixa sem ter de onde tirar dinheiro. É triste ver que todo nosso esforço não teve reconhecimento”, completou.

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