NOVA IORQUE
O secretário-geral da ONU, António Guterres, publicou nesta quinta-feira, dia 14, um relatório destacando a necessidade de ação para proteger a saúde mental das pessoas durante a pandemia de Covid-19. Para o chefe da ONU, o novo coronavírus “não está apenas a atacar a saúde física, também está a aumentar o sofrimento psicológico”, enfatizou.
Consequências
António Guterres lembrou as várias formas como a doença afeta o bem-estar dos cidadãos, como luto pela perda de entes queridos, choque com a perda de emprego, isolamento e restrições à circulação, dinâmicas familiares difíceis, incerteza e medo do futuro. “Os problemas de saúde mental, incluindo depressão e ansiedade, são algumas das maiores causas de miséria no nosso mundo”, acrescentou o secretário-geral. Ele disse que como ex-primeiro-ministro de Portugal, e como ex-alto-comissário para os refugiados, conheceu de perto o sofrimento que causam. Ele diz que “esse sofrimento é frequentemente exacerbado pelo estigma e pela discriminação, o que é absolutamente inaceitável”, afirmou.
Serviços
Guterres disse que “após décadas de negligência e de investimento insuficiente em serviços de saúde mental, a pandemia está a atingir famílias e comunidades com um estresse mental adicional”. Profissionais de saúde, idosos, adolescentes e jovens, pessoas com condições de saúde mental pré-existentes e todos os que vivem em situações de conflito e de crise estão sob maior risco. Guterres diz que a comunidade internacional deve “ajudá-los e apoiá-los”.
Segundo ele, mesmo quando a pandemia estiver controlada, a dor, a ansiedade e a depressão continuarão afetando pessoas e comunidades. Por isso, as Nações Unidas lançaram um novo resumo de políticas sobre o tema.
Resposta
À medida que o mundo se recupera da pandemia, também é necessário prestar mais serviços de saúde mental e garantir que esses cuidados sejam incluídos na cobertura universal de saúde.
O secretário-geral afirma que “as Nações Unidas estão fortemente comprometidas em criar um mundo em que todos, em qualquer lugar, tenham alguém a quem recorrer para ter apoio psicológico”. Guterres apela aos governos, à sociedade civil, às autoridades de saúde e a outros que reúnam, com urgência, para abordar esta dimensão da pandemia.
Para o chefe das Nações Unidas, os governos têm uma oportunidade para anunciar “compromissos ambiciosos” durante a Assembleia Mundial da Saúde, que começa na próxima segunda-feira, 18 de maio.
* Silas Avila Jr – Editor Internacional