SUL FLUMINENSE
Romeiros da região iniciaram na madrugada desta quarta-feira, dia 8, a tradicional peregrinação rumo ao Santuário Nacional de Aparecida, na cidade de Aparecida, em São Paulo, para celebrar o Dia da Padroeira, neste domingo dia 12. Cada um com a sua motivação pessoal, carregando em suas bagagens pedidos, agradecimentos e, acima de tudo muita fé e devoção, os fiéis percorrerão mais de 140 quilômetros a pé pela Rodovia Presidente Dutra e, ao longo do trajeto, contarão com apoio de diversas equipes voluntárias, além da Polícia Rodoviária Federal.
Um desses grupos, formado por cerca de 50 pessoas, é o Caminhando com Maria, de Volta Redonda, que saiu por volta das 5 horas da manhã da Praça Brasil, com destino a Barra Mansa, de onde eles entraram na Dutra para seguirem até a cidade de Lavrinhas, já em território paulista. Esse grupo optou por não subir a serra do município, então os romeiros passarão por dentro da cidade de Lorena, pegando a estrada velha de Cachoeira Paulista com destino a Aparecida.
Conforme contam os coordenadores, José Carlos e Carlos Costa, o grupo foi criado em 2017, após eles terem participado da peregrinação com outro grupo da cidade formado por mais de 100 pessoas. “O tamanho daquele grupo nos fez refletir sobre a possibilidade de uma jornada mais íntima no futuro. A ideia inicial era seguirmos sozinhos. Mas, como Nossa Senhora sempre tem planos surpreendentes para nós, o que seria uma caminhada a dois rapidamente se transformou. Amigos manifestaram o desejo de se juntar, e de coração aberto, aceitamos. Assim, nosso grupo começou a crescer. Para garantir a melhor experiência e acomodação, definimos um limite de 50 peregrinos, que conseguimos hospedar em Queluz”, contou José Carlos.
Conforme ressalta Carlos Costa, o que começou como um anseio pessoal floresceu e a grande maioria dos que os acompanharam desde a primeira vez sempre quer participar e retornar todos os anos. “Nos tornamos um grupo de irmãos e irmãs, unidos pela fé e pela devoção a Nossa Senhora e a Jesus Cristo. A cada passo, celebramos a alegria de peregrinar juntos, fortalecendo nossa espiritualidade e os laços de nossa comunidade. Durante todos os dias de nossa caminhada, rezamos o Santo Rosário em agradecimento a todas as graças recebidas”, ressaltou o coordenador, ao acrescentar que foi preciso fazer rodízios para que mais pessoas possam viver a experiência da peregrinação.
Um dos peregrinos que sentiu a vontade de fazer parte do grupo foi o fisioterapeuta Alexandre Henrique da Costa Rodrigues, que fez sua primeira peregrinação em 2018, após ter enfrentado um momento de dor com a perda de um filho e quando ele se viu “sem objetivo de vida”, conforme descreveu. “Essa peregrinação começou a me dar ânimo, me dar paz. Tanto que eu vou com o grupo nessa época do ano, mas, desde 2020, todos os meses eu vou e faço esse caminho sozinho, sem dormir. Às vezes levo 30, 27 horas e só paro em algum restaurante ou posto de gasolina para comer ou ir ao banheiro. Eu uso essas peregrinações como válvula de escape, vou conversando com Deus e sempre uma peregrinação é diferente da outra. E chegar em Aparecida é muita emoção, muita bênção. Coisas maravilhosas acontecem na minha vida durante a peregrinação, é impressionante. Quando chego lá, assisto a missa, e já fico pensando no dia em que vou voltar”, contou.
De promessa, à tradição
A contadora Viviane Machado dos Santos, de 46 anos, há três anos encarou sua primeira peregrinação, como forma de pagar uma promessa feita a Nossa Senhora Aparecida e, depois disso, não conseguiu deixar de fazer o trajeto, sempre às vésperas do Dia da Padroeira. Esse ano, no entanto, ao invés de iniciar a caminhada em Barra Mansa, ela, o marido e um casal de amigos, vão sair de Resende, no início da manhã desta quinta-feira, dia 9.
“Meu esposo ficou desempregado, após a pandemia, enfrentamos uma fase muito difícil, e eu pedi com muita fé para que uma porta se abrisse. Hoje ele está em um emprego bom, naquele ano eu paguei a promessa, mas a satisfação e a emoção de fazer a romaria não tem como descrever. É tão bom que a gente pretende ir todo os anos, sem falar que é um momento de agradecer, pedir proteção. É um esforço que vale a pena”, disse.
Apoio de voluntários e da PRF
Para apoiar os romeiros, todos os anos são montados de apoio às margens da Dutra por voluntários, que oferecem água, alimentação, atendimento médico, massagem, banheiro e espaço para banho, além de locais de descanso, por exemplo. Mais de 110 pontos fixos de apoio ao romeiro terão atendimento na via durante a Festa da Padroeira.
Já a Polícia Rodoviária Federal (PRF) lançou a “Operação Santuário Nacional de Aparecida 2025” para reforçar a segurança e apoio aos peregrinos que se dirigem a Aparecida, até o fim da Festa da Padroeira, em 13 de outubro, com fiscalização, pontos de apoio, base móvel e um canal no WhatsApp para orientações em tempo real. As orientações para os peregrinos incluem evitar caminhar na pista, usar rotas sinalizadas, usar coletes refletivos e não ofuscar os motoristas com lanternas.











