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Grupo ‘Filhos são eternos’ ajuda mais de 100 famílias no combate às drogas e criminalidade

Por Carol Macedo
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BARRA MANSA

A adolescência é um momento de descobertas, o período que a pessoa inicia o contato com novos amigos e as primeiras experiências no mundo. Porém, essa fase também é marcada por tomada decisões, propostas tentadoras como, por exemplo, as drogas. Segundo o Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC), cerca de 275 milhões de pessoas usaram drogas no mundo no ano de 2020 e mais de 36 milhões sofreram de transtornos associados ao uso de drogas, de acordo com o Relatório Mundial sobre Drogas 2021.

Com o objetivo de combater esta dor que assola a sociedade, o jornal A VOZ DA CIDADE conversou com o grupo ‘Filhos são eternos’, que foi idealizado por César Thomé, que também é coordenador da Coordenadoria Municipal de Políticas Públicas Sobre Drogas (Compod). O projeto é formado por 25 mães voluntárias da região que tiveram suas perdas ou separação dos filhos por assassinatos, acidentes e drogas, ou até mesmo por prisão.

No intuito de ajudar pessoas que se encontram em situação de dor e luto, as mães já auxiliaram mais de 100 famílias com as suas experiências pessoais, dando suporte emocional e se apoiando.

Uma das mães, membro do ‘Filhos são eternos’, Sônia Gonzaga, 52 anos, relatou a dor da perda de sua filha Beatriz Gonzaga Macedo, de 17 anos, que morreu após ser atingida por um carro na noite do dia 6 de março de 2019, na Praça da Liberdade Dante Santos da Fonseca, na Avenida Dário Aragão, Centro de Barra Mansa. Este caso foi compartilhado pelo jornal. Beatriz chegou a ser encaminhada para a Santa Casa, mas não resistiu. A motorista do veículo foi conduzida para 90ª Delegacia de Polícia (DP) de Barra Mansa e a informação era de que ela tinha ingerido bebida alcóolica em pequena quantidade. “O luto é uma montanha russa. Hoje posso estar bem, amanhã não. Um dia a gente está lá em cima, outro estamos lá embaixo”, lamentou Sônia.

Foto: Fábio Guimas

O projeto tem agregado mães com casos parecidos, que vêm o projeto com uma forma para ganhar forças para continuar. Os integrantes do projeto mantêm contato virtual por WhatsApp, fazendo visitas às residências das pessoas que necessitam desse suporte. As reuniões eram feitas aos sábados no Parque da Cidade, mas foram suspensas devido a pandemia de Covid-19.

Priscilla Celeste, que também faz parte do grupo voluntariado, destaca relatos de mães que perderam seus filhos e acabaram também nas drogas por desespero de tentar preencher o espaço do ente querido. Ela destaca a importância do projeto em atividade, já que também teve seu filho Marcos Vinícius, de 16 anos, assassinado por ter se associado ao tráfico. O jovem foi encontrado morto no dia 22 de novembro de 2017, na Fazenda São Rubens, próximo a caixa d`água, no Loteamento Novo, na Região da Vista Alegre, “A gente vem nessa pegada de fazer com que nossa dor ajude alguém que esteja passando por essa dor também”, ressaltou.


COLHENDO FRUTOS

Segundo César Thomé, o projeto já trouxe um retorno positivo para algumas famílias, como um jovem que se recuperou das drogas, após visitas do grupo e o choque que o próprio rapaz tomou após estar no CTI do hospital Santa Casa de Barra Mansa.

Rute Tomé de 84 anos, mãe do idealizador do projeto, relata sobre o processo de recuperação do filho, que aos 13 anos se encontrou preso às drogas e pelo menos período de tempo passou por diversas situações desagradáveis. Ela afirma que sempre o aconselhou, lhe mostrando as consequências que iriam acontecer caso permanecesse no caminho. E deu resultado. Ela destaca que a vontade de se desprender do vício é primordial para a resolução do problema e assim foi com César Thomé.   “Alguns comportamentos como mutilação nos braços e isolamento frequente, sinalizam problemas que o filho pode estar passando e o grupo alerta aos pais que o processo de aceitação é necessário para buscar ajuda, principalmente dos profissionais, fundamental para o processo”, disse Thomé.

Palestra com psicanalista

O grupo irá promover uma palestra com a psicanalista Rosane Mezabarba, para a conscientização e o aconselhamento da adversidade, como conviver com o filho que se encontra na dependência química, preso ou até mesmo a forma para lidar com o luto.

O evento será realizado no dia 13 de novembro, na Rua Gina Stornelli Beló, 205, casa 12, no bairro Colônia Santo Antônio, às 18 horas, para o público que tenha necessidade de entender como prosseguir nestes casos. A palestra será gratuita, mas com vagas limitadas, basta apenas fazer a inscrição com antecedência nos números a seguir: Sônia Gonzaga (24) 988163159 ou Priscila Celeste (24) 98821 9827.

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