Greve dos caminhoneiros: paralisação tem fim e veículos voltam a circular na região

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BARRA MANSA/ VOLTA REDONDA

A paralisação promovida pelos caminhoneiros autônomos terminou nesta quarta-feira, dia 30, quando se completava o décimo dia de greve. Os profissionais que faziam parte da manifestação e aqueles que ficaram presos em bloqueios feitos pelos motoristas deixaram os pontos de concentração na região e os veículos voltaram a circular nas estradas. Ao longo do dia, comboios escoltados por policiais rodoviários federais e militares do Exército cortavam o Sul Fluminense.

De acordo com o setor de comunicação da 7ª Delegacia de Polícia Rodoviária Federal, responsável pelo trecho da Rodovia Presidente Dutra no Sul Fluminense, o fluxo de veículos transitando pela estrada ainda estava bem abaixo do normal nesta quarta-feira; principalmente veículos de carga.
Na altura dos bairros Vila Ursulino e Boa Sorte, em Barra Mansa, muitos caminhoneiros deixaram os pontos de bloqueio ainda pela manhã; enquanto poucos ainda aguardavam novas instruções do movimento grevista. Ouvidos pela reportagem do A VOZ DA CIDADE, alguns caminhoneiros agradeceram o apoio da população, mas lamentaram não terem conseguido mais avanços para a sociedade – entre eles a diminuição de todos os combustíveis; além do diesel.

O caminhoneiro Edvaldo Estevão da Silva, que esteve concentrado no acampamento montado por grevistas na Via Dutra, na altura da Boa Sorte, disse que inicialmente o sentimento é de derrota, mas entende que eles conseguiram os objetivos para a categoria. “O sentimento inicial é de derrota, mas nós temos que saber a hora de recuar, porque se continuarmos eles (governo) vão colocar a população contra a gente. Nós perdemos esse round, mas mostramos a força que a categoria tem. Infelizmente o movimento perdeu força após pessoas se infiltrarem e inserirem outras ideologias as nossas reivindicações”, disse.

Ao ser questionado pela reportagem o que espera para o futuro, ele se mostrou esperançoso. “Nós saímos da nossa zona de conforto e a população deveria ter feito o mesmo. Mas nem tudo está perdido. Tem representante nosso lá em Brasília e vamos juntar os casos e esperar sair o Diário Oficial com essas decisões todas que foram acordadas. Nós não queremos ficar ricos em cima de um caminhão não; nós queremos é só o direito de sobreviver com dignidade”, finalizou ele que conversou com a equipe do A VOZ DA CIDADE enquanto deixava o local onde esteve durante os dez dias de protesto, aproveitando para agradecer o apoio e solidariedade da população no Sul Fluminense.

Para o caminhoneiro autônomo Jorge Luís Pereira Junior, que até o fim da manhã desta quarta permanecia na Rodovia Presidente Dutra, na altura da Vila Ursulino, o recado da categoria foi dado ao governo e também à população. “O recado foi dado e mostramos a força da categoria, mas infelizmente tudo gira em torno do combustível no país. Essa redução de 46 centavos na bomba ainda não chegou para nós, então por enquanto vamos permanecer. Alguns companheiros estão saindo, mas por livre e espontânea pressão”, falou, dizendo que faltou apoio de outras categorias nas reivindicações dos caminhoneiros.
RODOVIA LÚCIO MEIRA
Após assembleia realizada no fim da manhã desta quarta, caminhoneiros que estavam paralisados na Rodovia Lúcio Meira (BR-393), no bairro Dom Bosco (próximo ao posto Borba Gato), em Volta Redonda, deram fim ao movimento.

RIO-SANTOS
De acordo com a Polícia Rodoviária Federal, o trânsito na Rodovia Rio-Santos (BR-101) não sofreu reflexos da paralisação dos caminhoneiros no trecho Angra dos Reis e Paraty. Havia veículos estacionados à margem da estrada na região da Costa Verde de forma ordenada. Ainda segundo a PRF, bloqueios só foram registrados na rodovia no trecho que corta a região metropolitana do Rio de Janeiro.

MULTAS
Motoristas ainda acusaram a decisão do Superior Tribunal Federal (STF), que autorizou a aplicação de multas a empresas e caminhoneiros que continuassem nas rodovias, acostamentos e entorno, inclusive nos pátios dos postos de combustíveis, pelo fim da greve. Na determinação do STF, a Polícia Rodoviária Federal podia identificar e multar quem permanecesse no bloqueio; em R$ 100 mil por hora para empresas, enquanto os caminhoneiros autônomos teriam que pagar R$ 10 mil por dia. No Sul Fluminense, não foi aplicada nenhuma multa.

SOS CAMINHONEIROS
O Governo Federal criou um canal para denunciar casos de violência contra caminhoneiros que sejam impedidos de deixar os pontos de concentração das manifestações e voltarem ao trabalho. As informações podem ser passadas através do WhatsApp: (61) 99154-4645 e o sigilo é garantido.
De acordo com o ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, as informações serão utilizadas para auxiliar na liberação de rodovias e nas ações do governo para tentar punir “com rigor” responsáveis por episódios de violência.

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