Grávidas que receberam AstraZeneca em Volta Redonda podem ser imunizadas com segunda dose diferente

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RIO/SUL FLUMINENSE

Com a Resolução SES nº 2323, que autoriza a aplicação da vacina contra a Covid-19 para gestantes e puérperas apenas com imunizantes que não contenham vetor viral (Coronavac/Pfizer), as mulheres que já tomaram a 1º dose da AstraZeneca terão que aguardar o fim da gestação e período puerpério (até 45 dias pós-parto), para receberem a 2ª dose. Segundo Carlos Vasconcellos, coordenador da Vigilância em Saúde de Volta Redonda e médico sanitarista, aproximadamente 400 mulheres desde grupo já receberam a AstraZeneca no município. Ele informou essas pessoas ainda estão dentro prazo estabelecido para a aplicação da 2ª dose e, com isso, os setores responsáveis do município estão dialogando com o Estado para conseguirem autorização para aplicar segunda dose da Pfizer, para não deixar essas mulheres sem a imunização completa.

Essa medida já é realizada em alguns países, como Estados Unidos, Canadá, França, Espanha, China, Finlândia, Noruega Suécia, Reino Unido e Coreia do Sul, entre outros, que usam imunizantes diferentes em cada dose aplicada na população. A escassez da oferta de vacina e a possibilidade de aumentar a proteção contra o vírus são elementos por trás dessa movimentação. Estudos também são conduzidos para testar a segurança dessa estratégia e essa perspectiva de utilizar duas vacinas em uma mesma pessoa é bem recebida por profissionais da Saúde.

A suspensão temporária da vacinação em grávidas e puérperas foi recomendada após a morte de uma mulher que estava grávida de 35 semanas no Rio de Janeiro e segundo as autoridades da saúde, ela teve uma trombose e não resistiu. O caso ainda está sendo investigado pelo Ministério da Saúde para saber se realmente há relação da aplicação da vacina e a morte da gestante. Agora, essas mulheres precisam receber avaliação individualizada de risco benefício para se vacinar contra Covid-19 (com ou sem comorbidades).

De acordo com Carlos Vasconcellos, a prefeitura está em contato com o comitê técnico científico do Estado “As gestantes e puérperas que se vacinaram em Volta redonda, ainda estão dentro do intervalo 12 semanas, ou seja, o objetivo é tentar encontrar uma solução, antes que esse período se encerre. Isso seria um papel do Governo Federal, mas na medida em que eles não tomam uma posição, a gente tem um problema. Por isso solicitamos um posicionamento do Estado, visto que já existem países que fazem isso. Aguardamos uma decisão”, disse.

óbitos maternos em 2021

O médico ainda afirmou que a vacinação das grávidas e puérperas com a Coronavac e a Pfizer está intensificada em Volta Redonda e alertou que tem muitas mulheres desse grupo que não querem se vacinar. De acordo com Carlos, no município já ocorreram cinco óbitos pela Covid-19 de gestantes.

O Observatório Obstétrico Brasileiro Covid-19 mostra que os óbitos maternos em 2021 já superaram o total de 2020. Ao longo de todo o ano passado, foram registrados 544 óbitos em gestantes e puérperas pela doença. Com isso, a média semanal foi de 12,1 mortes. Já em 2021, até o dia 21 de maio, o número de óbitos foi de 911. Uma média semanal de 47,9 mortes.

“Enquanto não recebemos a autorização para vacinar com outro imunizante essas mulheres que já tomaram a 1ª dose da AstraZeneca, é bom lembrar que elas têm direito de não fazer trabalho presencial. Porque algumas são pressionados pela empresa, mas é direito delas fazer o Home Office e se não há como fazer o trabalho remoto, elas podem ficar em casa com remuneração normal”, lembrou o coordenador da Vigilância em Saúde, finalizando que as medidas de prevenção devem ser mantidas, como o uso de máscara, distanciamento social e higiene das mãos.

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