AGULHAS NEGRAS
Os representantes do Governo do Rio de Janeiro e do Cluster Automotivo do Sul Fluminense se reuniram no dia 12. O encontro fez parte da série de conversas iniciadas em janeiro deste ano com o objetivo de identificar caminhos para a sustentabilidade dos negócios do setor e a manutenção dos empregos.
A região Sul Fluminense é o segundo maior polo automotivo do Brasil, sendo o cluster formado por 23 empresas associadas, todas instaladas nos municípios de Resende, Porto Real e Itatiaia. Essas empresas geram 15 mil empregos diretos na área industrial. “Não podemos deixar que aconteça aqui o que aconteceu no ABC Paulista e no Vale do Paraíba, por exemplo, onde estão ocorrendo grandes desinvestimentos por parte das montadoras de veículos instaladas”, afirmou o governador em exercício Claudio Castro.
Um dos temas abordados foi o impacto dos investimentos potenciais do mercado de gás natural na indústria automotiva. “O custo da energia é um componente significativo para o setor, cerca de 30%. As empresas do cluster certamente irão se beneficiar do escoamento do gás pelo Porto de Itaguaí, que deve receber parte do gás produzido no pré-sal das bacias de Campos e Santos”, observou o secretário estadual de Desenvolvimento Econômico, Leonardo Soares.
As empresas reforçaram o papel do cluster como vetores de desenvolvimento econômico para o estado. “Temos trabalhado para garantir a competitividade da região. O setor conta com um sistema de qualidade bastante rigoroso. Temos buscado o desenvolvimento das empresas da região para que elas possam, atingir padrões de qualidade que possibilitem o fornecimento para as montadoras”, explicou o vice-presidente de Produção e Logística da Volkswagen Caminhões e Ônibus e presidente do Cluster Automotivo do Sul Fluminense, Adilson Dezoto.
Como resultado da reunião, ficou agendada uma visita de representantes do Governo do Rio ao cluster, na primeira semana de abril. “Queremos que as fábricas da região continuem produtivas. É importante contar com o apoio do Governo do Rio para evitar que essa produtividade seja corroída por questões que ocorrem do lado de fora do portão das nossas fábricas. Como, por exemplo, o custo Brasil”, disse o gerente-geral de Relações Externas Brasil da Stellantis, Fernando Flórido.