Governo do Estado aponta que transmissão da Covid-19 está em ‘risco moderado’ no Médio Paraíba

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RIO/MÉDIO PARAÍBA
A Secretaria Extraordinária de Covid-19 do Estado do Rio de Janeiro divulgou nessa quinta-feira, dia 9, um novo documento, que visa aumentar a transparência do Governo do Estado em relação às regras de flexibilização do isolamento social. Chamado de ‘Pacto Covid RJ’, o documento aponta que o estado está, atualmente, em um estágio ‘moderado’ da pandemia, inclusive, a região Médio Paraíba. O estudo adota critérios validados pelo Conselho Nacional dos Secretários de Saúde (Conass), pelo Conselho Nacional das Secretarias Municipais de Saúde (Conasens) e pela Organização Pan-Americana de Saúde (Opas).
O documento traz uma tabela dividida em cinco cores, de acordo com o risco de transmissão da Covid-19. A cor roxa representa um risco muito alto; a vermelha, risco alto; a laranja, risco moderado; a amarela, risco baixo; e a verde, risco muito baixo. O Rio está na bandeira laranja. Apenas a região Norte está na cor amarela, que representa risco baixo.
Segundo o governo, na bandeira laranja, está previsto isolamento domiciliar, monitoramento de casos sintomáticos e contatos, distanciamento social, garantia de acesso às necessidades básicas e serviços de saúde, redução de contato, reforço em higiene e etiqueta respiratória, restrição de atividades que gerem aglomeração, avaliação da possível suspensão de atividades econômicas não essenciais, e adequação de horários para os setores econômicos, com o objetivo de reduzir aglomerações nos sistemas de transporte público.


Critérios avaliados
Para saber em qual dessas faixas está o estado, são usados seis indicadores. Sendo três relativos a capacidade do sistema de saúde, como a taxa de ocupação de leitos de UTI, taxa de ocupação de leitos de enfermaria e previsão de tempo de esgotamento dos leitos de UTI. Já os outros três são indicadores epidemiológicos, que é a variação do número de óbitos pela doença, variação do número de casos da Covid e percentual do número de testes positivos em relação ao total dos exames realizados.

Especialista alerta que apesar de moderada, situação pode se agravar

Segundo o Gilmar Alves Zonzin, pneumologista e chefe do Serviço de Pneumologia do Hospital Santa Maria de Barra Mansa, a rede de saúde tem conseguido atender a demanda e por isso a situação do coronavírus pode ser considerada moderada. Contudo, ele alertou que há possibilidade da situação se agravar por causa de dois fatores: a queda da temperatura com a chegada do inverno e o relaxamento da população com as medidas de prevenção à Covid-19.
O A VOZ DA CIDADE noticiou no último dia 7, que menos da metade da população de Barra Mansa com Covid-19 positivo está cumprindo o isolamento social. A informação é da Vigilância em Saúde, que destacou que de 185 visitas a domicílio, apenas 47,5% estava em casa. Questionado sobre a falta de cuidado da população, Zonzin disse que a situação do vírus não é considerada extremamente tranquila, porque há um número de casos bastante impactante e afirmou que, se a população não manter a conscientização, a capacidade de atendimento na rede saúde pode se agravar.
“Tanto a rede pública, quanto a rede privada, conseguiram se preparar para essa situação. Mas temos dois agravantes, muitas pessoas estão voltando a se aglomerar e o inverno ainda ficará mais gelado, trazendo outras doenças respiratórias”, disse o pneumologista, acrescentando que os recursos da saúde não são infinitos. “E eu não falo apenas de leitos. Precisamos de profissionais, equipamentos, medicamentos e respiradores. Se o número de infectados começa a crescer de forma acelerada demais, será difícil sustentar”, ratificou.
De acordo com o médico, a queda de temperatura preocupa, pois nesse período os atendimentos nos hospitais aumentam muito. “Nós do ramo da saúde já vimos isso ocorrer. A temperatura cair e doenças respiratórias surgem. Imagina a pessoa ficando doente no meio dessa pandemia, em primeiro lugar ela vai achar que pode ser Covid-19 e os médicos tratarão com um caso suspeito, até descobrir que não era nada disso, a pessoa pode vir se contaminar na unidade”, finalizou.

 

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