SUL FLUMINENSE
Em vigor desde o sábado, dia 1º, o valor do metro cúbico do Gás Natural Veicular (GNV) sofreu reajuste de 39% concedido pela Petrobras para as distribuidoras. As atualizações dos preços dos contratos são trimestrais e com relação aos meses de maio, junho e julho, a referência adotada são os preços dos meses de janeiro, fevereiro e março. Segundo a estatal, durante esse período, o petróleo teve alta de 38%, seguindo a tendência de alta das commodities globais. Além disso, os preços domésticos das commodities tiveram alta devido à desvalorização do real.
O preço do gás natural da Petrobras também inclui o repasse dos custos incorridos pela companhia para o transporte até o ponto de entrega às distribuidoras, que são definidos por tarifas reguladas pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).
O reajuste afeta diretamente o bolso dos proprietários de veículos com kit GNV, que pagam em média na região valor de R$ 3,99/m³. Em Resende, a gerente Flávia Alexandra pratica a tarifa de R$ 3,89/m³ tendo como alternativa para garantir os clientes o cartão fidelidade. “É uma maneira objetiva de concedermos descontos e manter os clientes. O valor foi reajustado, a partir do aviso da Petrobras e o comunicado da CEG, valendo para todos os postos. Repassando o reajuste, houve aumento em torno de R$ 0,75 no valor final que hoje está em R$ 3,89/m³”, comenta.
Para os motoristas a aplicação do reajuste gera impacto no orçamento. “As oscilações nos preços do combustível é uma rotina para o brasileiro e para nós, que utilizamos o carro para o trabalho, fica ainda mais complicado. No início do ano pagávamos R$ 3,60 e foi subindo até que em algumas cidades o valor chega a praticamente R$ 4. Esses centavos no fim do mês elevam a despesa com o GNV prejudicando compras em casa”, reclama o consultor de vendas, Ricardo da Silva.
Os profissionais do trânsito também criticam o aumento, principalmente taxistas e motoristas de aplicativos. “O GNV é a nossa arma para economizar rodando praticamente o dia todo. Quando tive meu primeiro carro com GNV o gás natural custava menos que R$ 1,50 e o litro da gasolina era uns R$ 3,20. Hoje, em alguns postos o etanol equivale praticamente ao GNV que só aumenta. Mesmo com desconto pelo aplicativo, ainda acho caro”, comenta o motorista de aplicativo Cristian Ribeiro.
Segundo a ANP, o preço do GNV em cidades da região registrado no último levantamento em abril, indicava valor médio de R$ 3,877 em Barra do Piraí; R$ 3,829 em Barra Mansa; R$ 3,172 em Resende e de R$ 3,876 em Volta Redonda. Porém, com o reajuste a realidade em postos é outra, como em Barra Mansa, onde há posto praticando R$ 4,699/m³.
VALOR DA GASOLINA NÃO AGRADA
E não é apenas o valor do GNV que incomoda os motoristas, mas também a gasolina. No dia 1º passou a vigorar também a redução da Petrobras para suas refinarias, baixando de R$ 2,64 para R$ 2,59, o equivalente a -1,9%. O preço do diesel também baixou de R$ 2,76 para R$ 2,7 (-1,8%).
Vale lembrar, que assim como o GNV, o combustível vendido pelas refinarias da Petrobras é adquirido por distribuidoras e passa também pelos postos revendedores antes de chegar ao consumidor final. São incididos tributos federais e estaduais, custos para aquisição e mistura obrigatória de biodiesel e etanol anidro, além das margens brutas das companhias distribuidoras e dos postos revendedores de combustíveis. “Mesmo com essa queda, hoje o preço praticado na região gira em torno de R$ 6 o litro e quem consegue pagar isso? Está alto o custo de vida e ter carro, principalmente trabalhar com ele, fica cada mês mais caro”, reclama o taxista Sebastião Dias.
Assim como o GNV, o reajuste do preço do diesel e da gasolina são usados pela Petrobras para buscar equilíbrio com o mercado internacional. De acordo com o levantamento mais recente da ANP, o valor médio do litro custa R$ 6,269 em Barra do Piraí; Barra Mansa – R$ 6,163; Resende – R$ 6,139 e R$ 6,149, em Volta Redonda.