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Gênero, raça e classe são principais pleitos apontados por pré-candidata a deputada estadual

Por Carol Macedo
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BARRA MANSA

Depois de disputar a eleição de 2012 como pretendente ao cargo de vereadora, e em 2016, como prefeita, Clarice Ávila, a Professora Clarice, do Partido dos Trabalhadores (PT), vem para a disputa a uma cadeira da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), se propondo a lutar por gênero, raça e classe. A ideia, segundo ela, é que não seja apenas uma campanha a ir para as ruas, mas sim um projeto, onde os pleitos sejam elaborados por todos.

“Queremos dar visibilidade ao povo negro, ele ainda é um povo invisível. Na área da educação são diversos fatores. Sou professora e para nós a pauta dentro da Alerj é importante devido ao caos que se transformou o Estado do Rio de Janeiro. Dentro do Sepe tivemos poucos apoiadores na Alerj”, contou a pré-candidata. Além disso, outra luta da Professora Clarice será na questão da falta de representatividade feminina na política. “Na Alerj são apenas duas deputadas em um grupo de 70. Precisamos unir nossas forças mediante essa situação e fazer como as mulheres de Ruanda, nos unir para que nosso parlamento seja feminino”, completou.

Outra motivação da pré-candidata é ser uma representante do Sul Fluminense, que está desassistido.

Professora Clarice falou sobre a situação das escolas públicas e seus funcionários, tanto as estaduais como as municipais. Segundo ela, o salário da maioria dos professores está abaixo do mínimo nacional. “Temos um debate caro dentro da educação de qualidade que nós defenderemos. Precisamos de creches, valorização do profissional e a luta pela implantação de cargos e salários não apenas do estado, mas essa pauta é também dos municípios”, disse.

A respeito do fechamento das escolas, principalmente as do campo e as quilombolas, a pré-candidata informou que a situação é preocupante. Em Angra dos Reis contou que as escolas quilombolas estavam com carência total de professores e os locais abandonados. O mesmo acontece nas escolas das cidades que ainda contam com quilombos, como Rio Claro, Quatis e Vassouras. “As denúncias são de locais fechando, já fechados ou com falta de contingente”, informou a pré-candidata, completando que há ainda também o fechamento de escolas em centros urbanos.


CRISE NO ESTADO

De acordo com a Professora Clarice, embora o estado esteja em crise existem outros meios de trabalhar sem entrar dentro da questão financeira. Como exemplo é a luta pelo cumprimento da lei federal que determina aos profissionais da educação estarem 1/3 da carga horárias nas escolas e o período restante em casa. “O professor trabalha em casa, corrigindo prova, preparando aula. É uma demanda que pode ser cumprida apenas com reorganização”, citou. Outro ponto seria a transformação em projeto de lei para que haja eleições de diretores nas escolas. De acordo com a pré-candidata, o atual formato da Secretaria Estadual de Educação ainda não contempla a categoria.

O pleito de uma universidade pública para Barra Mansa será defendido por Professora Clarice. A discussão que já existiu no passado parou e, de acordo com ela, a universidade particular da cidade está passando por um momento e uma outra opção precisa ser dada à população.

MUDANÇA DE CONSCIÊNCIA

Como já participou de outras duas eleições, a pré-candidata afirma que tem percebido a mudança de consciência das pessoas. “Falamos isso com propriedade por conta do número de votos que obtive nas últimas eleições, quase seis mil votos ideológicos, sem comprar nenhum. E acreditamos que isso vai crescer, as pessoas estão se conscientizando mais, debatendo mais a política. Estou percebendo essa mudança”, opinou.

Clarice vem para sua terceira com a expectativa de mudança. E a força que a move é primeiro a que aprendeu com seus ancestrais de sempre lutar e, segundo, porque existe esperança. “Podemos conquistar mais, mesmo que estejamos em um momento difícil e nunca foi tão fácil, ninguém disse que seria, ainda temos chance de ocuparmos os espaços. O que não posso é ficar de braços cruzados”, concluiu.

 

 

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3 Comentários

Mister M 29 de maio de 2018, 01:54 - 01:54

Quando deixarem de dividir o Brasil e voltarem a levar a sério a disciplina e o respeito , ninguém vai precisar se preocupar com gênero, raça e classe, somos todos humanos e o que precisa é oportunidades iguais, principalmente nos estudos

Alexandre Brito 29 de maio de 2018, 15:29 - 15:29

Concordo com o Mister M, isto é divisão, todos sofrem preconceito! Somos todos humanos e temos que ter oportunidades iguais, principalmente nos estudos!

Willian 10 de julho de 2018, 14:46 - 14:46

Pré candidata está corretíssima a colocar em questão temas de tão suma importância, não podemos ser hipocritas a dizer que todos somos iguais e temos os mesmos direitos…ha avanços na garantia de direito e implementação de mais avanços. É fácil dizer que somos iguais quando não se sofre diariamente com o preconceito, com os dados de homicídios de quem? São 500 anos de exploração de um povo, a reparação em leis não é questão de dividir é garantir que a história não se repita. Siga professora trazendo conhecimento e garantia a todos.
Indico o estudo da abolição da escratura e conhecimento de que forma foi realizado aos comentaristas e leitores. Lógico que mais pessoas poderia expressar a história e em dados mais argumentos sobre as demais posturas de defesa que a candidata e professora propõe somar. Voz da cidade parabéns pela entrevista

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