Fundação Beatriz Gama atua no acolhimento de vítimas de violação de direitos

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VOLTA REDONDA

Ao contrário do que muita gente pensa, a Fundação Beatriz Gama (FBG) foi criada não para atender menores infratores, mas sim para acolher crianças e adolescentes vítimas de violação de direitos. E para melhor atender o seu público-alvo, a instituição conta com o apoio total do Governo Municipal, através das Secretarias, entre elas a de Saúde e Educação, e também do poder Judiciário. Para se ter uma ideia, acaba de chegar à instituição o Projeto ‘Apadrinhar: Amar e Agir para Realizar Sonhos’.

Segundo informou a presidente da Fundação, Cláudia Moreira Dornellas, o Projeto Apadrinhar é uma iniciativa do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro (TJ-RJ) que visa, de acordo com ela, propiciar às crianças e adolescentes em medida de acolhimentos institucional e familiar, a oportunidade de construir laços de afeto e apoio material. “O projeto é voltado para pessoas que tenham disponibilidade emocional e financeira para tornarem-se padrinhos ou madrinhas dessas crianças”, informou a presidente.

Dornellas explicou ainda, que o objetivo maior do projeto é dar apoio às crianças e adolescentes do município retirados de seus lares para serem acolhidos. Ressaltou que o projeto tem três formas de apadrinhamento; um deles é o Afetivo – que visa com que a pessoa possa visitar regularmente o afilhado, buscando para passar fins de semana, feriados e férias, por exemplo. Assim, proporcionando as promoções sociais e afetivas.

SUPORTE MATERIAL

Há também o Provedor, que é para o padrinho dar suporte material ou financeiro à criança, seja realizando obras nas instituições de acolhimento, doações de móveis, de materiais, roupas, ou patrocinando cursos, reforço escolar, prática esportiva, por exemplo. No caso do Padrinho Prestador de Serviço, o interessado que se cadastrar pode atender as necessidades institucionais do afilhado, conforme sua especialidade de trabalho, sendo, por exemplo, fornecedor de serviços médicos, odontológicos e outros. “Apadrinhar nada tem a ver com a adoção, já que a ideia do projeto não é trabalhar para essa finalidade”, relatou. Na verdade, de acordo com ela, quem quiser se candidatar para ser padrinho ou madrinha não deve estar inscrito para adoção, já que a fila para adoção é maior e os trâmites são mais demorados. “Para apadrinhar uma criança, por sua vez, a adesão é mais rápida”, completou.

Para se inscrever no projeto, o interessado deve procurar a Vara da Infância e Juventude, que conta com uma equipe responsável para fazer um a acompanhamento ao candidato e oferecer a ele também um treinamento, além de buscar autorização para conhecer a criança ou o adolescente. Esse candidato, se aprovado, pode visitar o afilhado e até passar um final de semana ele. No caso do Financeiro, o candidato assume o compromisso de bancar financeiramente o afilhado de várias formas. Já com o Provedor, o candidato interessado atende o afilhado de acordo com a sua atividade. “Se for um dentista, o afilhado é atendido por ele. Se é médico a mesma coisa e por ai vai. Vale lembrar que, esse profissional pode atender afolhado da maneira que ele quiser”, ressaltou a presidente.

A diretora social da FBG, Marilene Sousa Leite, informou que, a Fundação atende crianças e adolescentes de 0 a 18 anos. Disse ainda que, atualmente, a instituição conta com 39 acolhidos, sendo 23 meninas e 16 meninas. Desse total, segundo ela, cinco estão com idade entre 0 a 2 anos, quatro entre 3 a 5 anos, quatorze de 6 a 11 anos, quatro de 12 a 13 anos, seis de 14 a 15 anos e seis de 16 a 17 anos. Ela lembrou que, todos os acolhidos são assistidos e atendidos como qualquer outro da mesma idade. “Eles têm suas obrigações a cumprir, como a de estudar, mas participam também de outras atividades, seja ela cultural e de aprendizado, como passeios no Zoológico, cinema, aula de reforço e mais. Os adolescentes, por exemplo, recebem capacitação visando uma vaga no mercado de trabalho”, informou Marilene.

ATIVIDADES DESENVOLVIDAS

O diretor pedagógico da instituição, Rodrigo dos Santos, também falou sobre as atividades desenvolvidas pela equipe. Explicou que várias atividades são desenvolvidas pela instituição, não só para os acolhidos, mas para a comunidade em geral. “São cursos profissionalizantes desenvolvidos para dezenas de crianças e adolescentes das comunidades, como em parceria com instituições de assistência a menores, como Ciraard, Degase e outras”, contou, lembrando que a ideia é oferecer o que há de melhor para os acolhidos que, quando retornarem para a família, poderão aproveitar o que aprendeu.

A presidente da Fundação fez questão de frisar que, a passagem dessas crianças pela instituição não deve ultrapassar a um período de dois anos. Na verdade, eles são preparados para retornar ao seio familiar. Para isso, no período em que estão na fundação, os familiares também recebem atendimento. A ideia, de acordo com ela, é preparar a família toda para reiniciar um bom convívio. “Todos os acolhidos são levados para a instituição, por meio de determinação judicial. A fundação não é uma instituição que atende menores infratores como muitos imaginam, mas sim acolher por tempo determinado os menores, vítimas de vários tipos de violência, na maioria doméstica”, disse.

Ainda segundo a presidente, em relação ao Projeto Apadrinhar, a pessoa interessada em se candidatar para ser padrinho deve procurar a Vara da Infância e Juventude de Volta Redonda, do TJRJ. “O tramite é feito pela Justiça. Há vários requisitos a serem cumpridos por quem deseja apadrinhar uma criança acolhida, como ter mais de 18 anos e respeitar as regras e normas colocadas pelos responsáveis do programa e das entidades”, concluiu.

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