RESENDE
Os modelos de graduação estão cada vez mais adaptados ao mercado de trabalho, seja no ensino à distância ou nos cursos tecnólogos. Seguindo esta tendência, a Câmara de Comércio e Indústria Brasil-Alemanha do Rio de Janeiro (AHK Rio), traz pela primeira vez ao Brasil a formação dual universitária, através da rede Duale Hochschule Latinoamérica (DHLA). Um método criado na Alemanha em que o aprendizado de nível superior é dividido entre aulas na faculdade e vivência prática empresarial desde o início do curso, com remuneração.
No Brasil, a primeira faculdade a adotar o sistema será a Associação Educacional Dom Bosco, em Resende (RJ), que contará com a parceria da Volkswagen Caminhões e Ônibus. O primeiro curso a ser oferecido pelo sistema dual será o de Administração. O modelo pode ser aplicado em todas as áreas do conhecimento, já existindo nos cursos de Engenharia, Informática de Negócios e Turismo. Amanhã é o último dia para realizar as inscrições nas instituição.
Segundo levantamento da rede DHLA, 87% dos formados por este modelo de ensino saem empregados. Além disso, depois da graduação 80% dos estudantes são contratados pela organização que os treinou – metade em posição de liderança. Isso permite aos recém-formados a segurança de um lugar no mercado de trabalho e às empresas reter talentos formados por eles mesmos.
Os índices de sucesso fizeram com que o modelo se tornasse um produto de exportação da Alemanha. Na América Latina, o sistema já é implantado em 23 campi de universidades, em países como Colômbia, Equador, Peru e México. Todos seguem o modelo didático da Duale Hochschule Baden-Württemberg (DHBW), pioneiros na Alemanha, desde 1970. Empresas como VWCO, Audi e Bosch, IBM e HP já abriram as portas para este modelo de ensino ao redor do mundo.
“A Alemanha é considerada o quinto país mais competitivo do mundo, em parte por apostar na relação entre educação e empresa. Por isso, resolvemos trazer esse modelo para o Brasil, o qual também irá melhorar a empregabilidade dos nossos jovens”, afirma Antonio Roberto Cortes, presidente da AHK Rio.
Ainda segundo Cortes, o sistema de formação dual traz benefícios para todos os envolvidos: estudantes, universidades e empresas. “Aos estudantes, este tipo de formação permite uma conexão com o mundo profissional desde o início de seus estudos; para as universidades representa uma plataforma para atrair mais estudantes e estabelecer alianças de cooperação a nível internacional; às empresas o principal é “desenhar” profissionais que se ajustem especificamente às suas necessidades”, destaca o presidente da AHK Rio.