Festa Literária Internacional de Paraty acontece de 25 a 29 de julho

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A 16ª Festa Literária Internacional de Paraty (Flip) acontece entre os dias 25 e 29 de julho e neste ano homenageia Hilda Hilst. Desde 2003, a Flip oferece uma experiência única permeada pela literatura. Sempre em conexão com a cidade que a recebe, a festa é mais do que um evento; é uma manifestação cultural. Interlocução permanente entre as artes, propaga vivências focadas, sobretudo, na diversidade.

Às margens do Rio Perequê-Açu, numa arquitetura especialmente desenhada para cada ano da festa, autores se reúnem em conversas que transitam por múltiplos temas, como teatro, cinema e ciência. Além disso, a Flip oferece uma programação que mantém seus princípios fundadores: originalidade, intimismo, informalidade, o encontro singular entre escritores e público e, acima de tudo, ações de permanência. Flipinha, FlipZona e FlipMais compõem o programa da festa, com atividades que combinam literatura infantojuvenil, performance, debates, artes cênicas e visuais.

Os ingressos estarão à venda pelo site da Tickets for Fun (http://premier.ticketsforfun.com.br/) e pontos de venda autorizados (http://premier.ticketsforfun.com.br/shows/show.aspx?sh=pdv) até o dia 24 de julho, ou até que estejam esgotados. Após essa data, serão vendidos apenas em Paraty, na bilheteria oficial localizada na Praça da Matriz, no Centro Histórico.

Hilda Hilst

Hilda de Almeida Prado Hilst (1930-2004) – escreveu poesia, ficção, teatro e crônica, tendo construído uma obra singular em língua portuguesa na segunda metade do século 20 em torno de temas como o amor, o sexo, a morte, Deus, a finitude das coisas e a transcendência da alma.

Paulista de Jaú, Hilda era filha do casal Bedecilda Vaz Cardoso e Apolônio de Almeida Prado Hilst, cafeicultor filho de imigrantes da Alsácia-Lorena. Seu pai foi diagnosticado com esquizofrenia e internado num sanatório quando Hilda tinha cinco anos.

O interesse pela literatura se deu desde a infância. Era leitora de Samuel Beckett, Friedrich Hölderlin, Fernando Pessoa, Rainer Maria Rilke, René Char e Saint-John Perse.

Estreou na literatura aos 20 anos com um livro de poesia e foi recebida com entusiasmo por Cecília Meireles e Jorge de Lima, de quem era leitora. Aos 22, formou-se em direito pela Universidade de São Paulo, onde conheceu a escritora Lygia Fagundes Telles, com quem manteve laço duradouro. Após a formatura, viajou pela Grécia, Itália e França.

Foi casada com o escultor Dante Casarini e não teve filhos. Distante dos grandes centros, recebia para temporadas breves e longas artistas e escritores como Mora Fuentes e Caio Fernando Abreu.

Obra

A obra de Hilda Hilst reúne dezenas de títulos, entre os quais obras-primas como Cantares de perda e predileção (poesia), Rútilo nada (ficção) e A obscena senhora D (ficção).

A sua curiosidade intelectual incluía, além da literatura, a física e a filosofia. Realizou na década de 1970 uma experiência literário-científica que chamou de Transcomunicação Instrumental, quando deixou gravadores ligados para registrar vozes de espíritos. Como marcas de sua personalidade são apontadas a dedicação obsessiva à escrita, o cultivo da amizade, a irreverência e a curiosidade.

Recebeu prêmios como o Jabuti, o APCA, o Pen Clube São Paulo, o Cassiano Ricardo e está traduzida para o inglês, francês, espanhol, basco, alemão, italiano, norueguês e japonês. Grande parte de seus livros foi publicada pelo célebre editor artesanal Massao Ohno em volumes feitos com apuro estético, mas de reduzida circulação. Após sua morte, a Globo Livros relançou toda a sua obra sob os cuidados do crítico Alcir Pécora e, atualmente, tem em catálogo os títulos ‘Pornô chic’ e ‘Fico besta quando me entendem’, compilação de entrevistas com a autora. A reunião de sua obra poética, Da poesia, foi publicada neste ano pela editora Companhia das Letras, que tem uma série de publicações sobre a autora previstas para 2018, como Da prosa; a adaptação para quadrinhos de A obscena senhora D., por Laura Lannes; uma coletânea ilustrada de suas poesias de amor e a edição de Amavisse para a Poesia de Bolso. Em 2019, a Companhia lançará uma trilogia erótica e, em 2020, a biografia da autora. Daniel Fuentes, o detentor dos direitos autorais, vem negociando com outras editoras para publicar o que falta de Hilda Hilst, como cartas e inéditos. Sua ideia é ter a obra completa disponível nas livrarias até julho de 2018.

Tem crescido o interesse pela literatura de Hilst por parte de leitores, críticos e realizadores do cinema e do teatro: a cada ano, acontecem dez novas montagens em companhias de pequeno e médio porte.

A Casa do Sol funciona hoje como sede do Instituto Hilda Hilst, onde se realizam residências artísticas e encenações de peças de teatro.

PROGRAMAÇÃO

Quarta-feira (25 de julho)

20 horas – Mesa 1 (Sessão de abertura): Fernanda Montenegro e Jocy de Oliveira

Quinta-feira (26 de julho)

10 horas  – Mesa 2 (Perfomance Sonora): Gabriela Greeb e Vasco Pimentel
12 horas – Mesa 3 (Barco com Asas): Júlia de Carvalho Hansen, Laura Erber e Maria Teresa Horta

15h30min – Mesa 4 (Encontro com livros notáveis): Christopher de Hamel

17h30min – Mesa 5 (Amada vida): Djamila Ribeiro e Selva Almada

20 horas – Mesa 6 (Animal Agonizante): Gustavo Pacheco e Sérgio Sant’anna

Sexta-feira (27 de julho)

10 horas – Mesa 7 (Poeta na torre de capim): Lígia Ferreira e Ricardo Domeneck
12 horas – Mesa 8 (Minha Casa): Fabio Pusteria e Igiaba Scego

15h30min – Mesa 9 (Memórias de porco-espinho): Alain Mabanckou

17h30min – Mesa 10 (Interdito): André Aciman e Leila Slimani20h – Mesa 11 (A Santa e a Serpente): Eliane Robert Moraes e Iara Jamra

Sábado (28 de julho)

10 horas – Mesa 12 (Som e Fúria): Jocy de Oliveira e Vasco Pimentel

12 horas – Mesa 13 (O poder na alcova): Simon Sebag Montefiore

15h30min – Mesa 14 (Obscena, de tão lúcida): Juliano Garcia Pessanha

17h30min – Mesa 15 (Atravessar o sol): Colson Whitehead e Geovani Martins

20 horas – Mesa 16 (No par do incomum): Liudmila Petruchévskaia

Domingo (29 de julho)

10 horas – Mesa Zé Kleber de Malassombros: Franklin Carvalho e Thereza Maia

12 horas – Mesa 17 (Sessãode encerramento ‘O escritor seus múltiplos’): Eder Chiodetto, Iara Jamra e Zeca Baleiro

15h30min – Mesa 18 (Livro de cabeceira): convidados leem trechos de livros marcantes

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