Fatores externos da vida moderna contribuem para perda da audição

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BARRA MANSA

Buzinas, sirenes, música alta, ônibus barulhento, gente falando alto, obras. São tantos sons ao redor que às vezes fica difícil até saber de onde vem cada um. E nós seguimos aumentando o volume para ouvirmos melhor o que realmente nos interessa. Essa overdose sonora que nos afeta voluntária ou involuntariamente pode trazer sérios riscos à saúde dos ouvidos.
A audição é um dos sentidos mais importantes, pois ele nos permite nos comunicar, aprender e desfrutar de coisas como escutar música e conversar. No entanto, o que muitas pessoas não percebem é que estão expondo seus ouvidos diariamente a uma enorme quantidade de ruído potencialmente prejudicial. Neste sábado é celebrado o Dia Nacional de Prevenção e Combate à Surdez, e que tal abaixar o volume e ficar alerta para algumas dicas?
Já se sabe que a perda auditiva começa a surgir mais cedo entre os moradores de grandes cidades e o trânsito pode ser um dos vilões. O nível de barulho em casa também tem grande impacto na saúde auditiva. TV, rádio, liquidificador, aspirador de pó, secador de cabelos, aparelhos de som, jogos de videogame, smartphones e tablets fazem parte do nosso cotidiano e podem facilmente extrapolar os limites de decibéis. É fundamental estar atento ao barulho que eles emitem em benefício da saúde auditiva. Se perceber que o barulho está incomodando, uma solução barata e inteligente é usar protetores de ouvido.

De acordo com a otorrinolaringologista e professora do curso de Medicina do Centro Universitário de Volta Redonda (UniFoa) Nadejda Ávila, a orelha, anteriormente chamada de ouvido, é uma estrutura vestíbulo-coclear, que está localizada no osso temporal na caixa craniana. Apresenta duas funções: responsável pela audição – possui o receptor de ondas sonoras – e está relacionada com o sentido do equilíbrio. “A orelha é um órgão sensorial que apenas capta a onda sonora, quando o som chega à orelha interna o som chega como pressão sonora. A transmutação de pressão para impulso elétrico do som acontece pelas células da cóclea. E é no cérebro que vamos processar a audição, até chegar nele estamos emitindo o que recebemos nele se compreende e se entende o que se escuta”, explicou à profissional.

De acordo com Nadejda, para uma boa saúde auditiva é preciso prevenir e evitar agentes nocivos. “No verão, há a incidência de otites externas provocadas por lavar muito a cabeça ou corpo estranhos como cerume em excesso, tais causas externas são resolutivas. Conseguimos tratar e recuperar a audição que se perde por conta delas. Processos da orelha média também levam a perda da audiência parcial ou transitória e também podem ser reversivas”, destaca, informando que é preciso cuidar para que não haja infecção e não usar os famosos ‘cotonetes’ para a limpeza da orelha.

Quanto mais cedo for detectada a perda auditiva, melhor. Quando o dano ainda é pequeno, é mais fácil devolver os sons ao indivíduo, geralmente com o uso de aparelhos auditivos. O problema é que a maioria das pessoas que têm problemas de audição não reconhece que ouve mal. A falta de informação e o preconceito fazem com que a consulta ao médico seja protelada por muitos anos. A boa notícia é que, graças aos avanços da tecnologia, os aparelhos auditivos hoje são minúsculos, discretos, alguns até invisíveis, pois ficam dentro do canal auditivo.

Ao desconfiar de dificuldades para ouvir, consulte um médico otorrinolaringologista para obter um diagnóstico preciso. A partir de avaliações como a audiometria, é indicado o tratamento mais adequado. “Em geral, os danos na orelha externa e na orelha média são reversíveis, através de tratamento medicamentoso ou cirúrgico. Já os da orelha interna são irreversíveis e serão passíveis para reabilitação através de próteses auditivas, ou no caso surdez de intensidade severa profunda, de tratamento cirúrgico através de transplante coclear da orelha eletrônica”, destaca a otorrino.

FONES DE OUVIDO

Para fugir do barulho do tráfego intenso e da movimentação nas ruas muitas pessoas recorrem aos fones de ouvido. Eles são parceiros para ouvir música. Mas esse companheiro inseparável pode ser muito perigoso se o volume do som nos fones estiver em níveis acima do recomendado. Dê preferência aos fones estilo concha, que além de serem mais confortáveis, se ajustam ao ouvido garantindo maior isolamento do barulho ambiente e permitindo que você mantenha o volume da música em nível adequado aos ouvidos.

Entra nesta lista de barulho o famoso fone de ouvido. “O problema relacionado ao uso de fones de ouvidos está ligado ao volume do som e ao tempo diário das pessoas em contato com o ruído. A exposição intensa e frequente acima de 85 decibéis pode provocar danos irreversíveis à audição com o passar do tempo”, conta Nadejda.

Ela explica que o fone de ouvido gera energia de pressão sonora para dentro do sistema acústico, uma parte é absorvida pela orelha e outra refletida para o ambiente. “O fone obstrui o orifício da orelha externa, o que seria refletido para o ambiente externo bate e retroalimenta o sistema, se potencializa. Evitar o uso contínuo e quando usar tem que usar volume sempre baixo, que seja adequado para ouvir. A geração atual usa o fone o tempo todo e coloca o som potente, que quem esta ao redor consegue ouvir. É altamente lesivo”, orienta.

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Aprenda a cuidar dos seus ouvidos

Ouça o som de fora sempre!

Fones de ouvido para abafar sons de fora são um perigo, ainda mais na rua! Ele diminui a atenção e pode causar graves acidentes. A dica é usar os fones apenas em casa, para ouvir a música com mais atenção e sem precisar botar o volume nas alturas.

Limpe com cuidado

Evite introduzir objetos (como ‘cotonetes’) no canal auditivo. Passe os bastões apenas na parte de fora.

Hora do expediente

Preste atenção nos sons em seu trabalho. Se for um local muito barulhento, onde você precisa gritar para conversar, use protetores auriculares. Eles custam barato e podem ser encontrados em casas de material de construção.

Descanso pós-festa

Vai pra balada? Dê um descanso aos ouvidos logo em seguida: procure um ambiente silencioso para repousar. Assim, você evita danos graves.

55 decibéis

É a potência máxima de som que você pode ouvir sem prejudicar a saúde, de acordo com a Organização Mundial da Saúde

Conheça os ruídos do dia-a-dia

– O canto dos passarinhos tem apenas dez decibéis.

– O tique-taque do relógio tem 30 decibéis. Nem precisa se preocupar com o barulhinho.

– Bebê chorão é sinal de dor de cabeça e de ouvido! Com 60 decibéis, o som já incomoda.

– Um caminhão emite até 100 decibéis. Mais de duas horas no trânsito já causa danos.

– Os fãs de música têm que ficar atentos: o som do piano tem 80 decibéis. É bem alto.

– Show de rock é sempre alto: 110 decibéis! Não deveria passar de meia hora, mas…

– A decolagem do avião tem 120 decibéis. Se trabalha ou mora perto de aeroporto, é melhor ter cuidado especial.

 

 

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