Exposição ‘Resende, o berço do café Sul Fluminense’ termina dia 31

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RESENDE

A Fundação Casa da Cultura Macedo Miranda, em parceria com a Secretaria de Educação, promove até o dia 31 a exposição ‘Resende – O Berço do Café Sul Fluminense’. O público pode visitar as obras gratuitamente no Arquivo Histórico Municipal, que fica no térreo da Casa da Cultura Macedo Miranda, localizado na Rua Luiz da Rocha Miranda, Centro Histórico. O horário de visitação é de segunda a sexta-feira, entre 12 e 18 horas.

A mostra ‘Resende – O Berço do Café Sul Fluminense’ é formada por cerca de dez painéis, que contam sobre a história da implantação da cultura do café em Resende, com a chegada das primeiras mudas de café na região, por volta de 1774. A mostra também apresenta personagens históricos, dados e aspectos da economia do café em Resende.

O diretor do Arquivo Histórico, Angelo Tramezzino, destacou o objetivo desta exposição. “A exposição tem caráter educativo e busca despertar o interesse da população pela história do município. Nossa proposta foi a de realizar uma mostra de fácil assimilação, com informações e curiosidades sobre esse importante período da história de Resende”, ressaltou.

Segundo o presidente da Fundação Casa da Cultura Macedo Miranda, Thiago Zaidan, após o término da exposição no Arquivo Histórico, a mostra será itinerante, montada nas escolas municipais de Resende e também por outras instituições que tenham interesse. “Com a exposição do Arquivo Histórico é possível preservar a memória da cidade através do seu acervo físico, mas também o de difundir nossa história”, finalizou Zaidan.

TRAJETÓRIA

Em 1840 o café já constituía a grande riqueza em Resende. Os lavradores passaram a fazendeiros e começaram a constituir sobrados na Vila. O primeiro deles foi o de D. Benedita Gonçalves Martins, conhecida como a Rainha do Café, na Praça da Matriz, esquina com a rua XV de Novembro. Em 1848, em franco desenvolvimento por causa do plantio do café, no dia 13 de julho Resende finalmente deixa de ser uma simples Vila para ser elevada à cidade.

A população naquela época era de cerca de 19 mil pessoas, sendo 9.814 livres e 8.663 escravos. O município era dividido em seis distritos: Cidade, Campos Elíseos, Bom Jesus de Sant’Ana dos Tocos (submerso pela represa do Funil), Boa Vista (hoje distrito Engenheiro Passos), Santo Antônio da Vargem Grande e São Vicente Ferrer (hoje distrito da Vila da Fumaça). Nesta época o café era levado para o Porto de Angra dos Reis no lombo de burros, demorando cerca de oito dias nesse percurso e no mesmo período teve início a navegação pelo Rio Paraíba. Mais de 60 barcas levavam o café dos armazéns de Sant’Ana dos Tocos, de Campo Belo (hoje Itatiaia) e de Resende até Barra do Piraí, onde era feita a baldeação para os trens da Estrada de Ferro D. Pedro II, atual Central do Brasil.

Em 1850 com a proibição do tráfico de escravos e o consequente encarecimento de mão de obra, a expansão dos cafezais passou a se fazer a custos crescentes. A mão de obra antes usada nas lavouras de subsistência é retirada e concentrada no plantio e colheita do café, levando à escassez e ao encarecimento dos alimentos, que passavam a ser adquiridos fora da fazenda. Assim, uma parte dos custos que antes era não monetária (o escravo produzia sua própria alimentação), transformou-se em desembolso monetário com a compra de gêneros alimentícios.

Em 1870, a terra, utilizada à exaustão, torna-se improdutiva. No final desta década, vários cafeicultores transferem-se para o Oeste Paulista (hoje região de Ribeirão Preto e adjacências), onde as vantagens de um solo virgem a baixo preço estimulavam o risco. O êxodo resendense com destino ao novo Eldorado do café foi, inclusive, responsável pela queda populacional verificada no final do século XIX.

Então, emigrantes de Minas Gerais vieram estabelecer-se em Resende, atraídos pelos baixos preços das terras dos cafezais abandonados, onde passaram a colocar seu gado. Era o início da pecuária, atividade econômica que viria a substituir o café. No início do século XX, Resende já aparece como responsável por um terço da produção leiteira do Estado do Rio de Janeiro e como segundo produtor de manteiga e queijo.

 

 

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