Exposição ‘Resende: Fatos e Fotos’ conta a história dos 216 anos do município

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Um pouco da história e as curiosidades de Resende podem ser conhecidas na que a Fundação Casa de Cultura Macedo Miranda (FCCMM) está sediando, até a próxima sexta-feira, dia 06, no Corredor Cultural Escravos Augustinho, Amâncio e Estevão. Intitulada ‘Resende: Fatos & Fotos’, a mostra é alusiva ao aniversário de 216 anos de emancipação político administrativa de Resende, celebrada no último dia 29 de setembro.
A mostra reúne 54 quadros com fotografias e textos contando curiosidades sobre alguns bairros, monumentos e construções, que se tornaram ícones do município. A visitação pode ser feita no período de meio dia até 18 horas, no Corredor do Arquivo Histórico Municipal, situado no interior da Casa de Cultura, situada a Rua Luiz da Rocha Miranda, nº. 117, no Centro Histórico de Resende. Grupos e segmentos organizados podem agendar visitas através dos telefones 3360-6155 e 3360-6282. A entrada é gratuita.
Segundo o historiador e fundador do Arquivo Histórico Municipal, Claudionor Rosa, a exposição reúnem fotografias e textos contando um pouco da história e de curiosidades de Resende com seus pontos históricos. “Quem quiser conhecer um pouquinho da história de Resende nestes 216 anos não podem perder esta exposição. Ela reúne fotografias e textos inéditos sobre a ‘Princesinha do Vale’ como era carinhosamente chamada antigamente Resende”, conta Rosa, lembrando que a abertura da mostra teve as apresentações do sanfoneiro Custodinho acompanhado do ritmo do Paulo e da Banda de Engenheiro Passos. “Foi um sucesso total a abertura, com os alunos da Escola Municipal Maria Dulce Freire Chaves e das escolas do distrito de Engenheiro Passos cantando o Hino de Resende”, relembra.
O historiador menciona que quem for visitar a mostra, vãoconhecer várias curiosidades da cidade e de seus antigos moradores. “Resende a antiga Freguesia da Nossa Senhora da Conceição do Campo alegre da Paraíba Nova. Em 1744, o coronel paulista Simão da Cunha Gago obteve licença para desbravar a região à procura de ouro e pedras preciosas, armando acampamento numa colina que avançava sobre o Rio Paraíba, onde hoje é o bairro Montese e onde foi erguido um altar onde foram rezadas as primeiras missas. Mais tarde, o acampamento foi transferido para o outro lado do rio e a este lugar deu-se o nome de Nossa Senhora da Conceição do Campo Alegre da Paraíba Nova, o primeiro nome do futuro município de Resende”, destaca Claudionor, lembrando que em 1756, o povoado é elevado à categoria de Freguesia e no dia 29 de setembro de 1801, o povoado passa a ser considerado Vila de Resende. “A mudança do nome é uma homenagem ao Conde de Resende, que era o vice-rei do Brasil naquela época. Para marcar a elevação de Povoado à Vila foi construído na atual Praça do Centenário um Pelourinho (monumento que tem uma bola de cera no alto e que era o símbolo obrigatório das Vilas). Naquela época, Resende tinha apenas 4.000 habitantes e foram eleitos então os primeiros vereadores. Não havia prefeito e o vereador mais votado era o presidente da Câmara e também a autoridade responsável pelo cumprimento das leis”, relembra.
CURIOSIDADES
Entre as várias curiosidades de Resende, o historiador Claudionor Rosa diz respeito sobre o café, que em 1840, era a grande riqueza, onde os lavradores passaram a fazendeiros e começaram a constituir sobrados na Vila. “O primeiro sobrado de Resende foi o de D. Benedita Gonçalves Martins, conhecida como a Rainha do Café, na Praça da Matriz, esquina com a rua XV de Novembro, no Centro Histórico da Cidade . “O palacete da Rainha do Café fez parte da história e da política de Resende. Lá, em 1801, por falta de um local adequado, os primeiros vereadores se reuniam para as sessões ordinárias da Câmara”, recorda Rosa, informando ainda que o pai da Rainha do Café, o português Manoel Gonçalves, um rico fazendeiro do município tinha o apelido de ‘Manoel do Carimbo’ porque era analfabeto e usava um carimbo para assinar documento. “Como não sabia escrever, ele mandou fazer um carimbo com sua assinatura. Ao contrário de assinar normalmente os documentos, o português carimbava”, disse.
Já a Igreja matriz, Nossa Senhora da Conceição, localizada na Praça Oliveira Botelho, no Centro Histórico de Resende tevesua construção foi iniciada em 1756 e a inauguração ocorreu em 1813. Em 1945, a Igreja foi praticamente destruída por um incêndio e reconstruída anos depois graças às doações dos fiéis.
Também existe uma carta enviada pela comunidade da Igreja de Resende a princesa Isabel denunciando o padre Tarlé pároco da Igreja Matriz Nossa Senhora da Conceição.“O padre teria ‘sequestrado’ a imagem de São Benedito que os negros da Irmandade do Rosário tinham devoção. A comunidade revoltada, enviou uma carta a Princesa Isabel, denunciando o reverendo da época”, conta.

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