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Exposição na Casa de Cultura de Resende conta a história de Luiz Pistarini

Por Andre
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A Fundação Casa de Cultura Macedo Miranda, por meio do Arquivo Histórico Municipal, sedia a exposição “Resende no Tempo de Luiz Pistarini – centenário de morte” que conta um pouco da vida e da obra do resendense. Composta de textos, fotografias e poemas, entre outros materiais, as ilustrações revelam a Resende do final do século XIX e início do século XX. O prefeito Diogo Balieiro Diniz participou da abertura da exposição, que também contou com apresentação do Coral Artecoração, da maestrina Alile Cuoco e ainda de pessoas representando o poeta e sua mulher.

A mostra pode ser visitada até quinta-feira, dia 29, no corredor Cultural Escravos Augustinho, Amâncio e Estevão, no térreo do prédio da fundação. A visitação acontece de segunda a sexta-feira, no período de meio dia até 18 horas, no Corredor do Arquivo Histórico, situado a Rua Luiz da Rocha Miranda, nº 117, no Centro Histórico da cidade. Grupos e segmentos organizados podem agendar visitas através dos telefones (24) 3354-6927 e 3360-6282. A entrada é gratuita.

Durante a exposição, o público será contemplado com textos, fotos e poemas do autor do Hino de Resende, o cortejado poeta Luiz Pistarini, cujo centenário de morte aconteceu em fevereiro desse ano. “O escritor, jornalista e poeta Luiz Pistarini morreu em 24 fevereiro de 1918, deixando como legado o Hino de Resende, gravado por Jorge Goulart, cantor de grande sucesso em meados do século passado. Pistarini é considerado um poeta que representa toda a região Sul Fluminense. Esta exposição conta um pouco de sua vida, e é importante para mostrar a memória de Resende e que Luiz Pistarini fez parte desta história”, explicou o historiador e diretor do Arquivo Histórico Municipal, Claudionor Rosa, informando que Luiz Pistarini nasceu e foi criado em Resende, onde faleceu aos 44 anos. “Ele nasceu em 25 de julho de 1877, foi casado com Carlota Espíndola e teve uma filha, Laís. O escritor morreu cedo vítima de tuberculose, doença que na época vitimou dezenas de pessoas”, acrescentou Claudionor, revelando um fato curioso sobre como surgiu o hino. “Nas comemorações do centenário de Resende, a Câmara Municipal não tinha dinheiro para os festejos. Um grupo de pessoas influentes foi em busca de recursos para fazer a festa. Quando estava tudo pronto, deram conta de que, cem anos após sua fundação, a cidade ainda não tinha um hino, e resolveram utilizar uma poesia feita por Luiz Pistarini em 1901 e musicado pelo maestro Lucas Ferraz”, contou o historiador, acrescentando que a letra de Pistarini exalta as belezas naturais do município e a qualidades seu povo. “Sua primeira gravação, em 1950, foi feita pelo cantor Jorge Goulart, acompanhado pela Orquestra Tabajara”, recordou o historiador resendense.

SAIBA MAIS

O resendense Luiz Pistarini nasceu em Resende no dia 25 de julho de 1877 e faleceu em 24 de fevereiro de 1918. Filho do músico Luiz Pistarini e de Ermelinda Martins Carneiro Guimarães, passou parte de sua juventude em São Paulo e no Rio de Janeiro. Atuou como advogado e fez diversos trabalhos na imprensa. Trabalhou em jornais de Resende, Barra Mansa e do Rio de Janeiro. Colaborou para as revistas literárias da época e conviveu com figuras como Olavo Bilac, amigo de redação que muito o influenciou. Ele têm textos publicados nos jornais “O País”, “A Fazendinha” de Barra Mansa e “Tymburibá” que até anunciou sua morte. Também foi editor do jornal A Lira. Também trabalhou na Câmara Municipal de Resende.

Pistarini ficou reconhecido como o poeta do amor. Publicou dois livros de poesias: Bandolim e Sombrinhas Postais. Em 1924, após sua morte, foi publicado o livro Agonias e Ressurreições.

Hino a Resende

Resendenses, entoemos um hino

Que fulgure qual mundo de sóis

A esta terra que é um berço divino

De poetas, de artistas, de heróis!

Eia, pois, fervorosos saudemos

De Resende a cidade gentil

Onde o berço, entre flores, tivemos

Sob um céu todo azul, todo anil!

Chovam bênçãos de luz sobe o dia


Em que o seu centenário ela faz!

Que nos enche de doce alegria

Que ventura tão doce nos traz!

De outro século o sol majestoso

Surge agora imponente brandão

Deste vale, dourando amoroso

Toda a nova e aromal floração!

O Itatiaia emergindo das brumas

Ei-lo, o século novo a saudar!

E o Paraíba o seu manto de espumas

Vai contente e cantante, a arrastar.

Que este dia, da Pátria, na História

Fulja sempre com mago esplendor!

E que viva na nossa memória

Todo luz, todo paz, todo amor!

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