Esta é a última semana para conferir as obras de Arthur Bispo do Rosário em Flutuações, na Casa Museu Eva Klabin. A mostra marca a 22ª edição do projeto Respiração que tem curadoria de Marcio Doctors. Considerado uma das maiores referências da arte contemporânea brasileira, Bispo do Rosário é o primeiro artista morto a ser convidado para participar do projeto, que faz parte do circuito vip do ArtRio e termina neste domingo, dia 14. O valor do ingresso é R$ 10 e a casa tem entrada gratuita aos finais de semana.
Em Flutuações, nada na Casa foi tirado do lugar e as obras de Bispo do Rosário não encostam em nenhum objeto já presente. As doze peças selecionadas estão suspensas, como se estivessem flutuando, espalhadas pela sala renascença, hall principal, sala inglesa, sala de jantar, sala verde, quarto de dormir, closet e banheiro. No auditório, com capacidade para 80 pessoas, acontece a exibição do filme “O Prisioneiro da Passagem” (Hugo Denizart, 1982), onde é possível conferir depoimentos e imagens exclusivas de Bispo do Rosário.
A HISTÓRIA DE ARTHUR BISPO DO ROSÁRIO
Nascido em 1909, Bispo do Rosário viveu os últimos 50 anos de sua vida como interno na Colônia Juliano Moreira, até 05 de julho de 1989. Foi lá, por volta dos anos 60, após receber um “chamado divino”, que iniciou o seu processo de fazer “um levantamento de todas as coisas do mundo”, como costumava dizer. Um enorme inventário que representasse sua passagem pela terra, como um verdadeiro testemunho.
Um rico, detalhado, autêntico e genuíno registro de um cotidiano fisicamente limitado, composto por coleções de utensílios como talheres, pratos, copos, potes, vasos, pneus, roupas, vassouras, sapatos, vidros, telhas, e moedas, até estandartes mantos minuciosamente bordados com descritivos de situações da sua vida.