Exame confirma identidade do corpo encontrado na mala; ‘vou poder sepultar minha filha’, diz pai

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BARRA DO PIRAÍ

Em entrevista exclusiva ao jornal A VOZ DA CIDADE na tarde de hoje, o delegado titular da 88ª Delegacia de Polícia (DP) de Barra do Piraí, Wellington Pereira Vieira, confirmou que o exame de DNH deu positivo e que o corpo encontrado na mala no início do ano na cidade, é mesmo de J.L, de 10 anos. Os suspeitos do crime permanecem presos. “A causa da morte ainda segue indeterminada”, disse o policial, acrescentando que: “Eles estão com prisão temporária, mas já pedi a preventiva”, frisou.

O resultado saiu hoje, segundo o policial civil. O fato foi analisado pela Polícia Científica.O corpo de J.L se encontra até hoje no Instituto Médico Legal (IML) de Barra do Piraí.

O A VOZ DA CIDADE conversou com Anderson Quintanilha, pai de J.L, que falou que ainda não sabia do resultado, e expressou. “Recebo essa notícia com tristeza, mas com alivio. Finalmente vou poder sepultar o corpo da minha filha e lhe dar um enterro digno. Ela merece descansar, depois de tudo que passou, depois de ter sido largada por aí, em uma mala”, disse.

Anderson disse que continua com os três filhos e que somente um deles sabe do fato. Ela fala o que deseja aos suspeitos. “Quero que eles paguem pelo que fizeram e que fiquem presos o resto de suas vidas”, frisou.

O CASO

Cristiana de Oliveira Laport, de 28 anos, foi presa no final da tarde de terça-feira, dia 22 de janeiro, após o encontro de uma ossada de uma criança dentro de uma mala, na tarde de segunda-feira, dia 21 de janeiro, em Ipiabas. Segundo o delegado, Cristiana confessou que ocultou o corpo da filha, J.L, e que era mesmo o cadáver da criança que se encontrava na bolsa. Ela foi presa com o namorado, Carlos Ramon Manuel, de 20, ambos suspeitos do crime. “Ela assumiu a ocultação do corpo da filha”, disse a autoridade policial, que na ocasião pediu o exame de DNA para saber se, mesmo após confissão, se o corpo era mesmo da criança.

O delegado explicou que quando foi questionada sobre os motivos da morte, a mãe disse que a filha morreu de causa natural. “Ela alega que a criança morreu e ficou com medo do ex-marido e pai da criança e acabou ocultando o cadáver”, disse Wellington Pereira.

Questionado sobre a participação do padrasto, o delegado contou que ele é suspeito de ter participado na ocultação do cadáver e, também, do suposto homicídio.

A mãe teria informado que a criança amanheceu morta em julho do ano passado e que ela e o namorado teriam abandonado o corpo em uma mala em um terreno em Ipiabas.

O delegado não acredita na versão contada por ela e colherá novamente o depoimento da mulher, assim como o do padrasto.

Os dois fugiram para São Gonçalo, no Rio de Janeiro, por medo de linchamento, mas acabaram se entregando. Foi decretada a prisão temporária de 30 dias dos dois e o delegado acabou pedindo a prorrogação.

Segundo familiares da criança, ela tinha Síndrome de West, considerada uma doença rara, caracterizada por crises epiléticas, com fala e movimentos comprometidos.

Uma familiar de J.L teria estranhado o fato de não conseguir ver a menina e alertou ao pai, que estava com medida protetiva e não podia se aproximar. Na ocasião, eles foram até a delegacia e na sequencia o corpo foi encontrado.

Anderson Quintanilha, a primeira vez que conversou com o A VOZ DA CIDADE, explicou que após se separar visitava os filhos e que uma vez, notou que a filha estava diferente. Ao questionar a ex, ele disse que a mesma se alterou e que ameaçou o denunciar e fez, conseguindo assim uma medida protetiva. “Conseguia algumas vezes ver meus outros filhos e contava com a ajuda da minha mãe. Sempre que perguntávamos da J.L, ela dizia, pela janela da casa, que estava ‘doentinha’, ou gripada, e que não ia chegar com ela no tempo. Como ela tinha suas limitações, achávamos que estava tudo bem”, finalizou o pai.

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