NOVA IORQUE
Três destróieres de mísseis guiados da Marinha dos Estados Unidos — o USS Gravely (DDG-107), o USS Jason Dunham (DDG-109) e o USS Sampson (DDG-102) — estão a caminho da costa da Venezuela e devem chegar à região nas próximas horas, segundo fontes oficiais do Departamento de Defesa. A movimentação integra a nova estratégia do governo norte-americano de ampliar a pressão militar no Caribe e combater organizações criminosas transnacionais, classificadas por Washington como ameaça à segurança dos EUA.
As embarcações fazem parte da classe Arleigh Burke, considerada uma das mais avançadas da frota de superfície norte-americana. Cada navio possui cerca de 155 metros de comprimento, desloca mais de 9 mil toneladas e é equipado com o sistema de combate Aegis, capaz de detectar, rastrear e neutralizar ameaças aéreas, navais e submarinas. Os destróieres carregam lançadores verticais de mísseis que podem disparar armamentos de múltiplos tipos, incluindo os mísseis de cruzeiro Tomahawk, de longo alcance e alta precisão, além de mísseis Standard para defesa antimísseis e antiaérea. Também dispõem de torpedos ASROC para guerra antisubmarino e contam com dois helicópteros MH-60R Seahawk, empregados em patrulha, resgate e operações de vigilância.
De acordo com informações de agências internacionais, o envio inclui cerca de 4 mil militares, entre marinheiros e fuzileiros navais, além de apoio aéreo e submarinos de ataque. As forças devem operar em águas internacionais próximas ao limite do mar territorial venezuelano e permanecer na região por vários meses.
O governo venezuelano ainda não se pronunciou oficialmente sobre a movimentação, mas o presidente Nicolás Maduro classificou a operação como uma ameaça à soberania nacional e anunciou a mobilização de 4,5 milhões de integrantes da milícia bolivariana em todo o país. Caracas também suspendeu temporariamente o uso de drones em seu espaço aéreo como medida preventiva.
Washington, por sua vez, afirma que a presença dos destróieres está inserida em ações de segurança marítima e combate ao narcotráfico, reforçando operações contra cartéis que atuam na América Latina, como o Tren de Aragua, na Venezuela, e o cartel de Sinaloa, no México. Analistas apontam que a presença dos navios de guerra aumenta a pressão militar e política na região, em um contexto de tensões diplomáticas que se intensificam desde o início da atual administração norte-americana.
*Luciano R. Pançardes – Editor-chefe





