Estresse, poluição e má dieta podem contribuir para aumento de acne

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SUL FLUMINENSE

O fim da adolescência traz uma série de expectativas em relação ao futuro, e uma delas é o fim das espinhas. A má notícia é que se você é mulher, há boas chances de o problema continuar e marcar a vida adulta. Para piorar, os casos parecem estar aumentando, segundo estudos recentes.

É que as micropartículas de poluição agem no receptor da glândula sebácea causando um processo inflamatório e a poluição modifica a qualidade do sebo, piorando a inflamação.  Em alguns casos, a acne pode aparecer somente por causa do estresse.

Entre 20% e 40% das mulheres com mais de 25 anos têm quadros de acne, a maior parte a chamada acne persistente, que começa na adolescência e continua na vida adulta. No sexo masculino, os casos são menos frequentes: para cada homem com o problema são quatro mulheres.

Tudo leva a crer que o problema, em parte, tem a ver com hormônios. O problema é que, nas mulheres que convivem com o problema, há maior sensibilidade das glândulas sebáceas à ação de hormônios andrógenos, o que leva à maior produção de sebo e, consequentemente, à acne.

Mas, segundo Marco Rocha, médico da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), a maior parte das mulheres adultas com acne não tem nenhum tipo de desregulação hormonal sistêmica.  “A genética é o fator fundamental, porque dita uma parte da resposta imunológica que está em hiperatividade e, por isso, mantém um quadro de acne prolongado”, afirma Rocha, que recentemente publicou um guia de como tratar a acne em mulheres adultas.

Poluição contribui

Mesmo assim, só os genes não explicam todo o problema. São os fatores acessórios como poluição, altos níveis de estresse e dietas desequilibradas que podem explicar o aparente aumento nos casos. Esse crescimento, contudo, também pode estar relacionado a uma maior procura por especialistas para tratar o problema. O dermatologista destaca que a acne na vida adulta precisa ser entendida e tratada como uma doença crônica, de forma semelhante ao que se faz com diabetes, colesterol e obesidade. As particularidades também têm que ser levadas em conta para o tratamento. A acne é mais grave em adolescentes e costuma haver manifestação de todos os tipos de espinhas (cravos, pápulas, pústulas e nódulos). Já nos adultos, os quadros costumam ser moderados, mas predominam as pápulas —tipo de lesão que mais comumente evolui para cicatrizes— e pústulas.

Além de poluição, seu carro produz psicose e asma

Todo mundo sabe que os gases de escapamento dos carros fazem mal à saúde. Mas quem iria imaginar que eles também estão causando psicose e asma?

O vínculo entre poluição do ar e psicoses apareceu dia 27 de março num periódico da Associação Médica Americana, o Jama Psychiatry. Para chegar a essa conclusão, o estudo pioneiro do King’s College de Londres acompanhou até os 18 anos 2.232 crianças nascidas na Inglaterra e no País de Gales em 1994 e 1995.

Só 2.063 (92% do total), é verdade, forneceram dados sobre experiências psicóticas clínicas (esquizofrenia) e subclínicas (ouvir vozes, paranoia). No que se refere a poluentes, o trabalho concentrou-se em quatro tipos: dióxido de nitrogênio (NO2), outros óxidos do mesmo elemento (NOx) e material particulado com diâmetros menores que 2,5 (MP2,5) e 10 (MP10) milésimos de milímetro.

Pouco mais de 30% dos jovens (623) relataram ao menos um episódio psicótico entre os 12 e os 18 anos. Ao cotejar seus locais de residência com dados sobre poluição do ar, o grupo constatou que as experiências de psicose eram significativamente mais comuns entre os que sofriam maior exposição a poluentes, sobretudo NO2 e NOx.

Esses gases são produzidos por motores de veículos que queimam óleo diesel, gasolina ou etanol. Na cidade de São Paulo, o diesel é o problema principal (ou seja, ônibus e caminhões), sendo responsável por 75% das emissões de óxidos de nitrogênio.

Juntas, essas substâncias no ar explicam estatisticamente 60% da ocorrência de psicoses em áreas urbanas. Segundo os pesquisadores, foram excluídos todos os outros fatores que poderiam contribuir para os distúrbios mentais, como status socioeconômico, psicose na família, tabagismo e outras dependências químicas.

Suas suspeitas recaem sobre mecanismos biológicos (neuroinflamação) e psicossociais (estresse). Mas fundamentar de forma inequívoca um vínculo causal entre poluição e doença mental exigirá mais estudos.
Bem mais estabelecida está a ligação entre poluentes e doenças respiratórias. De todo modo, outro estudo pioneiro, da Universidade George Washington, na capital dos EUA, estimou o peso da correlação entre NO2 e a ocorrência de asma em crianças no mundo todo, com dados de 2010 a 2015.

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