Estrangeiros em situação irregular são encaminhados à PF em Volta Redonda

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VOLTA REDONDA

Nove estrangeiros em situação irregular no país foram encaminhados à Polícia Federal (PF) de Volta Redonda pela Guarda Municipal (GMVR) para regularização da situação. Um deles, flagrado com maconha, também foi levado para a 93ª Delegacia da Polícia (DP), onde o caso foi registrado como posse e uso de droga e o homem liberado. O grupo ocupava um acampamento que havia sido montado na Praça Sávio Gama, onde fica o Palácio 17 de Julho, sede do Poder Executivo Municipal.

A desmobilização ocorreu no último domingo, dia 1º, depois de um serviço de monitoramento da Guarda Municipal que durou quase dez dias, sem resistência dos ocupantes, e decidida após denúncias que animais foram vítimas de maus-tratos na praça. “A desmobilização ocorreu de forma pacífica e não tivemos nenhum tipo de resistência de seus ocupantes. Havia muito lixo e dejetos humanos, já que eles colocaram um vaso sanitário no local; condições insalubres. Conversamos, os orientamos e eles entenderam a situação. Inclusive, revelaram que foram convidados a ocupar as barracas para engrossar o movimento por um dos homens apontados como líder do grupo, que não estava mais no local. A praça já foi limpa e intensificamos o monitoramento para impedir novas ocupações irregulares”, frisou o comandante da Guarda Municipal, João Batista dos Reis.

Inicialmente, segundo a prefeitura, o acampamento foi montado por pessoas que invadiram um terreno particular, na divisa entre Barra Mansa e Volta Redonda. A partir de uma decisão judicial, eles foram retirados da área e acabaram ocupando a praça da prefeitura, reivindicando um pedaço de terra. A informação é também de que, em reunião intermediada pela Igreja Católica, através da Cúria Diocesana, a prefeitura ofereceu emprego, aluguel social e cestas básicas para as famílias, entretanto, a proposta não foi aceita. A Igreja então se afastou das negociações e a prefeitura aguardou o retorno do grupo, que após algumas semanas deixou a praça. A partir daí, as barracas começaram a ser ocupadas por pessoas que não pertenciam ao movimento original.

Os estrangeiros encaminhados à Polícia Federal haviam entrado no Brasil como turistas e excederam sua estadia legal. Por isso, foram multados e notificados a deixar o país em até 60 dias. Por lei, eles podem apresentar defesa por escrito na PF.

NOTA DA COMISSÃO DA OCUPAÇÃO DA PAZ

A comissão da Ocupação soltou uma nota esclarecendo o que ocorreu na praça.  Garantiu a nota que, por volta das 8 horas de domingo, dia 1º,  os posseiros foram  surpreendidos pela ação da Guarda Municipal para retirada da estrutura e das pessoas que ocupavam a Praça da Prefeitura.

Parte da nota

“A Ocupação da Paz nas ultimas semanas, como bem divulgamos, se dividiu em dois polos: o primeiro, onde estão quase todos ocupantes e concentra o maior numero de famílias, é  o assentamento que ocorre  em um pedaço do terreno já ocupado no bairro Santa Rosa e o segundo polo é a ocupação na porta da prefeitura que já estava caminhando para completar o seu terceiro mês. Entendemos que ocupar a praça era uma forma para dar visibilidade e denunciar o despejo criminoso que sofremos. Contudo, tendo em vista o desgaste físico e emocional perante a permanência na rua, a coordenação da Ocupação da Paz já vinha se organizando para a retirada da estrutura na porta da prefeitura. Porém, com o agravamento da crise financeira, a frente fria e o aumento da população em situação de rua, nos deparamos com diversas pessoas que encontram em nosso acampamento um rede de solidariedade e apoio.  São pessoas em situação de vulnerabilidade social, artistas de rua, artesãos e viajantes que, apesar de não fazerem parte da Ocupação da Paz, utilizavam a nossa estrutura montada na praça para dormir, comer e alguns montaram suas próprias barracas. Nós acolhemos todas as pessoas sem discriminação, apesar da nossa pouca estrutura, porque entendemos que a solidariedade é um dos laços mais fortes que podemos ter com o próximo, ainda mais em um cenário que o Poder Publico falha ao garantir o direito a uma vida digna.

Dito isso, na madrugada de sexta-feira para sábado, um dos estrangeiros que estava na praça, de forma hedionda, cometeu o crime noticiado pela mídia ao violentar e maltratar a sua própria cachorra.  A situação foi reprimida pelos próprios companheiros de estrada que estavam com ele, gerando inclusive embate físico entre eles. Alguns dos nossos ocupantes, ao perceberem a confusão, comunicaram ao homem que ele estava expulso daquele espaço, além de noticiarem a Guarda Municipal sobre o crime ocorrido.  Nessa madrugada e durante todo o sábado nada foi feito e o homem saiu livre e impune da Praça e, infelizmente, levou a cadela. A Ocupação da Paz repudia veementemente o maus tratos aos animais e qualquer tipo de violência. Denunciamos quando tivemos ciência”…

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