SUL FLUMINENSE/ESTADO
A Secretaria de Estado de Saúde (SES) identificou nas últimas semanas uma média de 1,1 mil atendimentos por dia nas UPAs. No início de fevereiro, a média diária de atendimentos a esse tipo de caso era de 548. Na semana de 19 a 25 de março, essa média saltou para 1.234 atendimentos, um aumento de 55,59%. No Sul Fluminense, Barra Mansa registrou no mês de fevereiro um total de 8.756 consultas, já em março esse número passou para 12.550, um aumento de 30,23%.
Com a mudança de tempo e a chegada do outono é comum o aumento de casos de síndrome gripal, mas o médico pneumologista, Gilmar Zonzin, explica que esse aumento em tão pouco tempo é atípico. “O que está causando estranhamento é que ainda estamos vivenciando um período de calor, um período consideravelmente quente, mas bastante chuvoso e não há nenhum entendimento do porquê desse aumento das doenças virais respiratórias de forma precoce”, falou.
De acordo com o Governo do Estado, foi identificado um aumento de atendimentos pediátricos com casos de bronquiolite. Zonzin comenta que esse aumento pode se dar pelo contato que as crianças têm durante o dia a dia e que a pandemia de Covid-19 pode também ter colaborado com isso. “Vemos um foco de comprometimento em todas as idades, mas maior na faixa pediátrica. A predominância em paciente pediátrico tem muito a ver com os contatos que as crianças fazem entre si, em suas atividades diárias e depois de terem passado períodos longos de isolamento por causa da pandemia. Então talvez o distanciamento proporcionado pela pandemia tenha repercutido em uma vulnerabilidade e que está agora se expressando dessa forma, com viroses muito frequentes e num período precoce do ano. Essa é apenas uma suposição, mas é a única coisa que conseguimos pensar para explicar esse movimento tão grande e essa velocidade de disseminação tão grande de vírus numa época do ano em que isso não costuma acontecer”, falou.
CAMPANHA CONTRA GRIPE COMEÇA NESTA SEGUNDA
A Campanha Nacional de Vacinação contra a Gripe terá início na próxima segunda-feira, dia 10, em todo Estado do Rio de Janeiro. Este ano, a campanha será realizada em uma só etapa, englobando todos os grupos prioritários, que são mais suscetíveis a complicações da gripe.
Gilmar Zonzin falou sobre a importância da imunização. “A vacina da gripe não evita que a pessoa tenha gripe, não evita que a pessoa contraia o vírus. O que a vacina faz principalmente é evitar que a doença se apresente de forma mais grave e evitar que a doença leve a complicações mais graves que podem causar inclusive a morte. A vacinação vai te trazer um benefício de ao você entrar em contato com o vírus e começar a desenvolver a doença, o seu corpo reagir mais efetiva e rapidamente, causando menos complicações e mortes associadas à doença viral”, disse.
De acordo com a Secretaria de Estado de Saúde, a meta é que sejam imunizadas 6,9 milhões de pessoas, atingindo assim pelo menos 90% de cobertura vacinal de cada um dos grupos prioritários. São eles: crianças de 6 meses a menores de 6 anos de idade (5 anos, 11 meses e 29 dias); trabalhadores da saúde; gestantes e puérperas; professores do ensino básico e superior; povos indígenas; idosos com 60 anos ou mais de idade; profissionais das forças de segurança e salvamento; profissionais das Forças Armadas; pessoas com doenças crônicas não transmissíveis e outras condições clínicas especiais (independentemente da idade); pessoas com deficiência permanente; caminhoneiros; trabalhadores de transporte coletivo rodoviário para passageiros urbanos e de longo curso; trabalhadores portuários; população privada de liberdade e funcionários do sistema de privação de liberdade; adolescentes e jovens de 12 a 21 anos de idade sob medidas socioeducativas.
