BARRA MANSA
O premiado Grupo de Teatro Clowns de Shakespeare voltou ao Rio de Janeiro para uma turnê do seu mais recente espetáculo: “Ubu – O que é bom tem que continuar!”. A peça fez grande sucesso em todo o país, tendo circulado por diversas cidades, além de Colômbia e México, e fará cinco únicas apresentações pelo estado.
Elas vão ocorrer na quinta-feira, dia 8, no Sesc Barra Mansa, às 19h30min, com entrada gratuita, no Pátio da Lanchonete; na sexta-feira, dia 9, às 19 horas, no Salão Nobre do Sesc Nova Iguaçu; sábado, dia 10, às 15 horas, no Sesc Nogueira, em Petrópolis; no dia 15 de maio, às 20 horas, no Sesc Grussaí; e dia 17 de maio, às 15 horas, no Sesc Três Rio.
Em cena, os já conhecidos personagens Pai Ubu e Mãe Ubu, do clássico texto “Ubu Rei”, de Alfred Jarry, apresentam uma possível – e nada convencional – continuação da história. A direção e a dramaturgia são de Fernando Yamamoto. Compõem o elenco Caju Dantas, Diogo Spinelli, José Medeiros, Paula Queiroz e Rodrigo Bico.
“Ubu – O que é bom tem que continuar!”, criada em parceria dos Clowns com os grupos potiguares Facetas e Asavessa, é uma obra de rua e popular, que por meio do bom humor e da comicidade, propõe sérias reflexões sobre injustiças sociais, política e manipulação de informação. Sendo um possível desdobramento da narrativa de “Ubu Rei”, Pai Ubu e Mãe Ubu fogem da Polônia e chegam a um novo país com ares latino-americanos, a Embustônia. Num impulso maquiavélico, os personagens tornam-se rei e rainha e continuam sua saga insaciável e sem controle por poder.
“É uma alegria estar de volta ao Rio de Janeiro com o espetáculo. Estamos ansiosos para levar a peça a outras cidades e a novos públicos”, diz Fernando Yamamoto.
“Ubu!” também celebra os 30 anos do Clowns de Shakespeare, um dos mais premiados do Nordeste, vencedores dos Prêmios Shell e APCA, homenageados do Prêmio APTR 2021, e com passagem pelos mais importantes festivais do país e da Iberoamérica.
Peça foi escrita em momento turbulento da política brasileira
Nenhuma semelhança é coincidência. Escrita em 2022, a peça surgiu, primeiro, do desejo do Clowns de Shakespeare de trabalhar com os outros dois grupos potiguares, mas também da necessidade de se expressar em meio a um momento político conturbado no pós-pandemia, com eleições, ataques à democracia e fake news.
“Chegamos ao Ubu após investigar textos, temas e outros pontos de partida para o trabalho. ‘Ubu Rei’ nos bateu muito forte, ainda mais diante daquele Brasil de 2022, com desmandos fascistóides espalhados por toda a América Latina, em especial aqui. No entanto, apesar da força do texto do Alfred Jarry, ele contemplava em partes o que queríamos dizer, e como queríamos dizer. É quando eu proponho reescrever esta obra”, afirma Yamamoto.
Em meio a números musicais, selfies, influencers e cachos de banana, “Ubu – O que é bom tem que continuar!” traz a já conhecida dinâmica do grupo com muita ludicidade e uma investigação teatral focada na presença cênica do ator, na musicalidade da cena e do corpo, no teatro popular e na comédia.
A circulação do espetáculo no Estado é impulsionada pelo Edital Sesc Pulsar 2025.
Sinopse
A peça tem como ponto de partida os personagens Pai e Mãe Ubu, da clássica obra “Ubu Rei”, de Alfred Jarry, e suas rocambolescas armações em uma insaciável busca pelo poder. Situando-se como uma possível continuação do trabalho de Jarry, “Ubu: O que é bom tem que continuar!” desloca esses personagens para um país/lugar-nenhum com ares latino-americanos. Nesse novo ambiente, Pai Ubu e Mãe Ubu continuarão sua saga alucinada e insaciável pelo poder.