Especialista fala sobre cuidados específicos com gestantes durante pandemia

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VOLTA REDONDA

Mesmo as gestantes não estando entre o grupo de risco do novo coronavírus, os especialistas indicam cuidados específicos na hora de fazer as consultas de rotina e para a hora do nascimento do bebê. Segundo o obstetra e doutor em Saúde Coletiva, Júlio Aragão, que atua no Hospital da Unimed, em Volta Redonda, os riscos da Covid-19 são bem menores para outras doenças virais, como, por exemplo, a H1N1, Zika, Dengue e Rubéola. Contudo, como as gestantes são consideradas com certo grau de fragilidade à imunidade, é recomendado o isolamento das pacientes. De acordo com o Dr. Júlio, as consultas estão sendo restringidas apenas para aquelas que são necessárias, tendo atenção também para que as consultas sejam espaçadas. Ele pontuou ainda que deva haver uma restrição de visitas a gestante tanto em casa, quanto no hospital após o parto. “A alta da paciente também deve ser o mais precocemente possível, pois isso pode ajudar”, disse, acrescentando que os hospitais estão isolando casos respiratórios em áreas separadas.

Mulheres grávidas, que estão prestes a dar a luz, conversaram com o A VOZ DA CIDADE e relataram como tem sido os últimos dias de gestação e a preparação para o bebê vir ao mundo. De acordo com a gestante Gabriela Misael da Cunha, 33 anos, moradora do bairro Vila Mury, em Volta Redonda, falta apenas uma semana para o parto. “Tenho mantido o contato com minha médica por mensagens e saio apenas uma vez por semana para ir as consultas”, disse, relatando que existe todo um cuidado para os atendimentos. “Uso uma máscara ao sair de casa, a doutora também nos atende de máscara e evita proximidade. Ela desmarcou as pacientes que não sejam gestantes para evitar a aglomeração e a higienização é feita constantemente”, disse.

Segundo Gabriela, a proximidade do nascimento da criança traz grande felicidade, mas também preocupação. “Ela não poderá receber visitas, após sair do hospital teremos que vir direto para casa e continuar a quarentena. A vontade é manter a bebê na barriga mais um pouquinho, onde ela ficará protegida até passar tudo isso, mas sei que é o momento dela nascer”, disse, afirmando que respeitando todas as medidas de precaução e as orientações médicas, tudo ficará bem. “Além do mais, quando se tem fé e pensamento positivo, tudo fica mais tranquilo. Acredito que ficará tudo bem”, ratificou.

Outra gestante que falou ao jornal foi a Monica Vieira, também moradora de Volta Redonda, do Vila Rica, Tiradentes. Segundo ela, o parto acontecerá entre 13 e 20 e a recomendação do seu médico é para manter a quarentena e evitar lugares cheios. “Mas a maior preocupação é no dia do parto, pois os hospitais estão lotados de pessoas com suspeitas ou contaminadas pelo coronavírus.”, disse, relatando que terá que alugar um quarto particular em outro hospital, pois o plano de saúde que tem só cobre o parto e o médico não quer arriscar no hospital a que tinha direito de ter o neném.

Mônica ainda explicou que a ideia do médico é conseguir adiantar a alta médica, para evitar que o ela e o bebê permaneçam por muito tempo no hospital. “Não serão liberadas visitas no hospital e ele aconselhou que em casa também não deve haver visitas. Estou preocupada porque meu bebê vai nascer na época em se prevê o ápice da pandemia no país. Estar dentro de um hospital nesse período me preocupa, mas estamos tomando providências para ficar em um lugar mais seguro possível. Estamos fazendo o possível para ter o neném e voltar rápido para casa sem nos infectarmos”, concluiu.

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