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Especialista explica diferença entre falta de ar emocional e da Covid-19

Por Carol Macedo
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BARRA MANSA

O sintoma mais preocupante da Covid-19 é a falta de ar. Para os infectologistas, apenas quem sente esse sintoma deve procurar atendimento médico, já os demais sintomas podem ser tratados em casa. Contudo, a falta de ar é desencadeada por outras condições, como, por exemplo, a ansiedade. Para explicar a diferença entre as dispneias, o A VOZ DA CIDADE conversou com o clínico, pneumologista e especialista em medicina de tráfego, Francis Bullos, que explicou que a quarentena pode desencadear a ansiedade do indivíduo que já tenha um histórico com o problema.

De acordo com o Dr. Bullos, a dispneia da Covid-19 não é transitória, aumentando de acordo com o passar do tempo. Além disso, outros sintomas como a febre, acompanham a falta de ar. “Começa geralmente com tose, coriza e aos poucos a pessoa percebe que o ar está faltando cada vez mais”, relatou.

Já a falta de ar emocional, causada pela ansiedade, é desencadeada por uma descarga de adrenalina, fazendo com que o indivíduo necessite de mais ar, contudo, é uma dispneia passageira. Bullos explica que ao consultar um médico, o paciente com esse problema terá o histórico levantado, e facilmente um especialista consegue detectar se a falta de ar é ou não causada pelo emocional do indivíduo. “Se uma pessoa já tem esse problema, basta um gatilho para ele disparar. A quarentena pode acarretar nisso, notícias demais, coisas que estão passando na televisão, tudo isso pode ser um gatilho”, relatou.


O pneumologista ainda explicou que essa falta de ar pode vir acompanhada de uma dor no peito. “Isso se dar por causa da descarga de adrenalina, o que eleva a tensão arterial”, disse, acrescentando que o momento em que o país vive é delicado e pode causar grande estresse ou tristeza. “Quando você não está no controle da situação, tende a ficar ansioso. Estamos em um momento em que não sabemos o que vai acontecer, cada dia uma notícia diferente sobre a Covid-19, as autoridades do país cada hora decidem uma coisa e isso acaba gerando uma situação de instabilidade emocional gerada por fatores reais”, afirmou.

Bullos acrescentou ainda que a bebida alcoólica, para quem está tendo as dispneias de ansiedade desencadeia a depressão respiratória, dependendo da quantidade. “Quem faz exercícios físicos, por exemplo, tende a não passar por esse tipo de problema, porque ao ter essa descarga de adrenalina, já está mais acostumado com esse aumento dos batimentos”, ratificou, aconselhando a prática de exercícios durante a quarentena, que pode também ajudar a dispersar a falta de ar emocional.

Caso a dispneia respiratória seja persistente e o indivíduo não consiga obter controle sobre ela, o especialista aconselha que a pessoa consulte um médico.

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