BARRA MANSA
Após um longo período de chuvas, finalmente, o verão chegou e com ele, o uso do ventilador, ar-condicionado, mais banhos e mais visitas a geladeira em busca de algo refrescante. Os consumidores que já vêm sofrendo com a alta nas contas de luz em razão da crise hídrica que se instalou no país, agora tem mais motivos para se preocupar. Se todos já estão economizando ao máximo, então, como economizar ainda mais?!
Vale lembrar que a bandeira em vigor para grande parte dos consumidores, até abril, continua a de Escassez Hídrica, no valor de R$ 14,20 a cada 100 quilowatt-hora consumidos. A Bandeira Escassez Hídrica foi criada por determinação da Câmara de Regras Excepcionais para Gestão Hidroenergética (CREG), estabelecida pela Medida Provisória nº 1.055/2021, a fim de fortalecer a governança para o enfrentamento da escassez hídrica vivenciada no País em 2021.
De acordo com o especialista no setor energético, Eduardo Amendola Camara, tendo um consumo consciente no dia a dia, é possível driblar o aumento. “A principal dica é ter um controle efetivo do tempo de utilização daqueles eletrodomésticos que fazem a conversão de eletricidade em energia térmica, como por exemplo o secador de cabelo, o chuveiro elétrico e as fritadeiras sem óleo, que se popularizou nos últimos anos, pelos seus benefícios a saúde, contudo há uma importante elevação ao consumo de energia ao utilizar esse eletrodoméstico. É preciso regular a temperatura e o tempo ideal, para evitar gasto desnecessário de energia”, destaca Eduardo que é economista, mestre em Economia e professor da Estácio.
Outra dica valiosa e efetiva para a redução da energia, de acordo como especialista, é a manutenção adequada dos eletrodomésticos. Principalmente daqueles que usamos no cotidiano, posso citar, a verificação da borracha de vedação dos refrigeradores se ainda está em sua vida útil, a limpeza periódica do filtro do ar-condicionado, regular a temperatura da do chuveiro elétrico na posição verão e evitar banhos demorados”, avalia.
Passadas as dicas é hora do alerta. Eduardo destaca que o consumidor ao comprar um eletrodoméstico ou eletroeletrônico novo, é importante ir além do selo de eficiência. “Esses selos estão desatualizados, é preciso passar por uma nova avaliação para trazerem uma informação de forma mais correta. Quase 100% dos refrigeradores estão classificados com o selo A, contudo, existe uma diferença de eficiência energética de 30%, por isso é importante ir além do selo e buscar informações sobre o consumo kw/h. Uma dica drástica é a instalação de painéis solares. Hoje encontramos essa opção com custo menor, e os painéis com vida útil estimada em até 25 anos, é vantajoso, mas o investimento inicial é algo que nem todos podem realizar”, explica.
PEQUENAS AÇÕES FAZEM DIFERENÇA
O uso da geladeira é diário, no entanto, é bom evitar abrir porta desnecessariamente. Quando lavar roupa, usar sempre a capacidade máxima da máquina, para economizar energia e utilizar a lavadora menos vezes. Ao passar roupa, é bom dar preferência a temperaturas mais baixas, que, além de ajudar a reduzir o consumo de energia, evita danificar as roupas.
No caso do ar-condicionado, maior vilão, é bom evitar ligar esse aparelho agora. Mas caso a pessoa ligue, não deve deixar portas e janelas abertas. No caso do chuveiro elétrico, a família deve diminuir o tempo de banho e evitar usá-lo no modo inverno que é onde mais gasta luz.
O modo standy by deve ser um aliado do consumidor. Por isso, a sugestão é retirar da tomada todos os aparelhos que fiquem em standy by. No caso do carregador de celular e notebook, se os equipamentos já carregaram por completo, retirar da tomada. Além de danificar o aparelho, gasta-se luz sem necessidade.
De acordo com Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), o impacto financeiro que a crise hídrica terá sobre a conta de luz no Brasil, por conta das medidas adotadas para garantir o fornecimento de energia pode chegar a 21%.